Salles e Zucco podem ser afastados da CPI do MST após invadirem casas de assentados

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Em vídeo, deputada Sâmia Bomfim detona invasão de bolsonaristas no Pontal do Paranapanema. Ação da vereadora Liana Cirne Lins pede investigação de crimes de invasão de domicílio e abuso de autoridade.

Por Plinio Teodoro, compartilhado da Revista Fórum




Ricardo Salles na Câmara e invadindo casas de assentados no Pontal do Paranapanema.Créditos: Agência Câmara / Twitter

Os deputados bolsonaristas Ricardo Salles (PL-SP) e Luciano Zucco (Republicanos-RS) podem ser afastados dos cargos de relator e presidente, que respectivamente ocupam na Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, a CPI do MST, após invadirem casas em uma assentamento de membros da Frente Nacional de Luta (FNL), no Pontal do Paranapanema, região histórica de conflitos agrários no oeste paulista.

Após a divulgação das imagens – veja abaixo – em que os bolsonaristas invadem as casas em diligência da CPI sem portarem nenhuma ordem judicial, a vereadora Liana Cirne Lins (PT-PE), do Recife, entrou com representação no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (13) solicitando a “suspensão dos noticiados de suas respectivas funções na CPI do MST”.

Além do afastamento dos cargos na comissão, a vereadora pede ainda que a Justiça proíba Salles e Zucco de entrarem em quaisquer outros assentamentos do MST ou de movimentos sociais do campo e de manter contato com integrantes da FNL.

Liana ainda pede que a Justiça aciona a Polícia Federal (PF) para instaurar um inquérito para apurar crimes de ingresso não consentido em domicílio e abuso de autoridade que teriam sido cometidos pelos bolsonaristas.

“As falas dos parlamentares serviram de autorização para que parte da equipe que os acompanhava realizasse os atos criminosos de invadir as propriedades do pessoal assentado”, diz Liana, que é advogada, na ação.

A vereadora ainda rebate a fala preconceituosa de Salles, que no vídeo afirma que “isso aqui não é residência”, referindo-se às casas humildes dos assentados, para justificar a falta de mandado judicial para invadir as casas.

“Houve uma espécie de autorização na fala do representado TENENTE CORONEL ZUCCO, bem como a fala preconceituosa e discriminatória do representado RICARDO SALLES, que diminuiu a proteção concedida pela Constituição Federal e pela lei às residências que visitavam”, diz ela na representação.

Show de horrores

Na primeira sessão da CPI do MST após a invasão das casas dos assentados, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) classificou como “show de horrores” a ação de Salles e Zucco 

“A primeira diligência desta farsa chamada #CPIdoMST foi um show de horrores. Acusações sem quaisquer provas, crimes contra trabalhadores e defesa desavergonhada de grileiros. Apesar da desfaçatez bolsonarista, nós temos compromisso com a verdade e apresentamos provas”, tuitou Sâmia, junto com vídeo em que comprovam os crimes cometidos pelos deputados.

Veja vídeo da invasão, editado com as falas de Sâmia Bonfim.

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