Por Marcos Bagno, no Facebook
O conceito de “faxina étnica”, surgido e aplicado na terrível guerra que se sucedeu aos esfacelamento da antiga Iugoslávia nos anos 1990, está sendo reciclado, reeditado e repaginado para entrar em vigor no Brasil, pelas mãos do arqui-inquisidor de Curitiba, agora alçado ao posto de justiceiro a mando do Grande Desequilibrado.
Na cidade de Sarajevo, capital da Bósnia, os milicianos sérvios se escondiam nas colinas e de lá atiravam indistintamente contra qualquer pessoa que passasse na avenida central da cidade, incluindo crianças.
Explodiam ambulâncias da Cruz Vermelha. Isso porque se diziam cristãos (ortodoxos ainda por cima) e queriam limpar o país dos muçulmanos bósnios.
A faxina étnica, sem esse nome, já é praticada no Brasil há séculos, desde o genocídio das populações indígenas até a atual dizimação implacável da juventude negra, dos remanescentes indígenas, das pessoas trans e dos LBTQs (as mulheres são mortas dentro de casa, ao contrário dessas outras categorias, assassinadas na rua, à luz do dia.).
Oficializar esse terrorismo de Estado em lugar de combatê-lo é a definição clássica de fascismo. Ao contrário de outros países em que as mazelas sociais são combatidas em nome do progresso da civilização e da ampliação da democracia, no Brasil a injustiça, a arbitrariedade e a desigualdade deixam de ser direito consuetudinário e se transformam em direito positivo.
Miséria de país, país de miséria.