Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
Sarau Delivery, a arte nos tempos do coronavírus, homenageia, na figura artística do cantor Ébano Nunes, todos os músicos que tocam pelos bares da vida do Brasil e do mundo.
Nestes tempos de Covid-19, sabemos o quanto estes músicos estão sendo sacrificados por não poderem ter contato com o público. A eles, a nossa homenagem e agradecimento eterno pelo talento e paciência com que se dispõem a tocarem e cantarem aquela…
Por falar nisso, um abração ao meu primo Ricardo Iatã, um grande cantor de bares em Sampa, que comentou comigo: “Com a pandemia, nós, músicos de bares, fomos os primeiros a sair e seremos os últimos a voltar”.
Aqui, Ébano Nunes, toca aquela, aquela… Quantas vezes um músico que se apresenta no minúsculo mas universal palco de bar não ouve isso daquele ou daquela pessoa que, exaltada etilicamente, está com a dor de cotovelo à flor da pele?
Ah, sim, aquelas que Ébano Nunes canta aqui são “A Palo Seco”, de Belchior e “Cavalo Ferro”, de Fagner e Ricardo Bezerra.
Pernambucano deOuricuri, no Sertão, Ebano teve o nome escolhido em homenagem à música de Luiz Melodia. Criou-se com o ouvido colado nas pancadas da bateria tocada pelo pai, que acompanhavam desde o rock pesado até obras primas do baião, do xote e do xaxado.
Daí, nasce a admiração pelos compositores do gênero forró, dentre eles: primeiro o que considera o inventor, Luiz Gonzaga; depois vêm: Dominguinhos, Maciel Melo, Anchieta Dali, Flávio Leandro, Santanna, Flávio José… E os que as reticências lhe permitem acrescentar.
Ébano reúne bom ouvido, boa voz, grande e variado repertório. Hoje com 30 anos e 15 de estrada sonora, se dedica a um estilo diferente: antes, ao forró pé-de-serra, hoje à MPB e o pop rock.
Sarau Delivery é uma seção do Bem Blogado que traz diariamente artistas fazendo apresentações para o público que está em casa, recolhido no combate ao coronavírus.
A seção está aberta para músicos, poetas, contadores de história…
Que o seu tempo seja preenchido com arte.
“A Palo Seco” (Belchior)
Se você vier me perguntar por onde andei
No tempo em que você sonhava
De olhos abertos, lhe direi
Amigo, eu me desesperavaSei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente, eu grito em português
Mas ando mesmo descontente
Desesperadamente, eu grito em portuguêsTenho vinte e cinco anos
De sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força deste destino
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um bluesSei que assim falando pensas
Que esse desespero é moda em 76
E eu quero é que esse canto torto
Feito faca, corte a carne de vocês
E eu quero é que esse canto torto
Feito faca, corte a carne de vocêsTenho vinte e cinco anos
De sonho e de sangue
E de América do Sul
Por força deste destino
Um tango argentino
Me vai bem melhor que um bluesSei que assim falando, pensas
Que esse desespero é moda em 76
E eu quero é que esse canto torto
Feito faca, corte a carne de vocês
E eu quero é que esse canto torto
Feito faca, corte a carne de vocêsCavalo Ferro (Fagner / Ricardo Bezerra)
Montado num cavalo ferro
Vivi campos verdes, me enterro
terras trópico-americanas
Trópico-americanas, trópico-americanas
E no meio de tudo, num lugar ainda mudo
Concreto ferro, surdo e cego
Por dentro desse velho, desse velho
Desse velho mundoPulsando num segundo letal
No planalto central
Onde se divide, se divide, se divide
O bem e o mal
Vou achar o meu caminho de volta
Pode ser certo, pode ser direto
Caminho certo sem perigo, sem perigo
Sem perigo, sem perigo fatal
Aqui, uma homenagem aos bares que fizeram e fazem a estrada de nossas almas. Vídeo de Gilberto Amendola, sobre a falta que o bar nos faz nestes tempos de quarentena, e texto de Washington Luiz de Araújo, sobre um bar que marcou a sua vida.
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