Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
O Sarau Delivery traz hoje o violonista Paulo Assis tocando uma música que nos toca direto no coração: “Gente Humilde”.
No momento triste e enriquecedor em que vivemos, sempre pensamos naqueles que vivem em “casas simples com cadeiras na calçada, e na fachada escrito em cima que é um lar. Pela varanda flores tristes e baldias, como a alegria, que não tem onde encostar”. Pensamos em como esta gente humilde está sobrevivendo com a pandemia.
Precisamos cobrar cada vez mais dos governantes que olhem por esta gente, se a queremos recolhidas em suas casas.
“E aí me dá uma tristeza No meu peito, feito um despeito de eu não ter como lutar”.
Mas temos como lutar, sim. Primeiro, cobrando ações oficiais e, segundo, colaborando de acordo com nossas condições.
“E aí me dá uma inveja dessa gente, que vai em frente sem nem ter com quem contar”.
Tomara que esta gente humilde possa contar com a gente, pois este povo humilde é de luta, mas nem sempre isso é suficiente.
Povo que luta para a sobrevivência no dia a dia e agora luta pela vida, mesmo sendo “vilanizado” por ter que ir às ruas, num momento em que muita gente está em casa, na qual todos deveriam. E os que nem tem casa tem? Este é o triste paradoxo.
Portanto, ouvir o violonista, compositor e produtor musical Paulo Assis, tocando “Gente Humilde” é sumamente importante para nossos corações e mentes neste momento.
Paulo começou a estudar violão em 1967. Estudou repertório de autores brasileiros e universais com Paulo Porto Alegre, Harmonia e Improvisação com Jarbas Barbosa e Harmonia e Arranjo para pequenas formações com Todd Murphy.
Fez parte da banda Jazzco, no início dos anos 70 e foi Diretor Artístico da Banda Jazz Sinfônica de Diadema durante seis anos. Acompanhou a cantora Célia e atualmente o percussionista Dinho Nascimento.
Como no caso de “Doce de Coco”, de Jacob do Bandolim, “Gente Humilde” tem duas letras. Aqui, a mais famosa, de Vinicius e Chico Buarque.
Com vocês, Paulo Assis, em “Gente Humilde”, de Garoto, Vinicius de Moraes e Chico Buarque.
GENTE HUMILDE
(Garoto , Vinícius de Moraes e Chico Buarque)
Tem certos dias
Em que eu penso em minha gente
E sinto assim
Todo o meu peito se apertar
Porque parece
Que acontece de repente
Feito um desejo de eu viver
Sem me notar
Igual a como
Quando eu passo no subúrbio
Eu muito bem
Vindo de trem de algum lugar
E aí me dá
Como uma inveja dessa gente
Que vai em frente
Sem nem ter com quem contar.
São casas simples
Com cadeiras na calçada
E na fachada
Escrito em cima que é um lar
Pela varanda
Flores tristes e baldias
Como a alegria
Que não tem onde encostar
E aí me dá uma tristeza
No meu peito
Feito um despeito
De eu não ter como lutar
E eu que não creio
Peço a Deus por minha gente
É gente humilde
Que vontade de chorar.
A música escolhida por Paulo Assis, “Gente Humilde”, foi composta pelo grande violonista Garoto e, 15 anos depois de sua morte, Vinícius de Moraes e Chico Buarque colocaram a letra.
Veja os artistas que já se apresentaram no Sarau Delivery, clique aqui.
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Vejam a história no link do Museu da Canção, abaixo.
http://museudacancao.blogspot.com/2012/11/gente-humilde.html
Aqui está um álbum em que a Banda Jazz Sinfônica Diadema, com a participação de Paulo Assis, Interpreta Noel Rosa.
https://open.spotify.com/album/1y3VfP8GprzWU33ckcuV3Q?si=Hzna-ZPyQd6QUQUJsK9g2Q
Brazzilidades de Banda Jazz Sinfônica Diadema
https://open.spotify.com/album/6g25ngiUkggG36k0sYcVot?si=KbyM986NQ8Kd5U5yQLTjdw