Sarau Delivery: Aldir Blanc, inédito e vivo pelos amigos e pela arte

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –

Um vírus nos virou do avesso / Nos arremessou pra dentro / Um tiro nos atirou por entre / A Maré (…) / Que falta me faz meus pais / Que falta nos faz a paz / Que falta nos faz um país / Na falta de ar, Um governo deserto / Atine um mar que se ajuste ao teto (Trecho de “Virulência”, de Aldir Blanc, Alexandre Nero e Antonio Saraiva)

Quem que se deixou amordaçar / E aí se foi sem reclamar / Sem dizer sim nem que não / Quem que avoou sem nenhum pio / Foi lá pras bandas de outro rio / Ave de arribação… (Trecho de “Baião Da Muda” de Aldir Blanc, Moyseis Marques e Nei Lopes )

A farsa perante a corte / Não disfarça o meu calvário / Muito ao contrário o realça / Ridiculariza a morte em cada ato / Que o rei real realiza (Trecho de “Ator De Pantomima” (Aldir Blanc e Sueli Costa)

Sarau Delivery traz “Aldir Blanc Inéditos”. Sim, ele está firme e forte, sempre presente, sempre terno e contundente. Grandes parceiros e parceiras se uniram para musicarem letras maravilhosas, padrão Aldir Blanc, já nas melhores plataformas do ramo.

Costumo pensar que neste país matam o artista ao jogá-lo para o ostracismo, ressuscitam quando o artista parte e voltam a enterrá-lo pelo ostracismo.
Mas não é isso que acontece com Aldir Blanc, pois quem tem amigo e arte se enterniza. E estes dois, Aldir soube colecionar.




Ele que partiu fisicamente em maio de 2020, graças ao vírus do descaso que levou até agora quase 600 mil brasileiros, está presente ao lado de João Bosco, Moacyr Luz, Chico Buarque, Joyce Moreno, Leila Pinheiro, Ana de Hollanda, Dori Caymmi, Maria Bethânia, Moyseis Marques, Clarisse Grova, Alexandre Nero, Sueli Costa, Cristovão Bastos e Jorge Helder.

Texto da Gravadora Biscoito Fino sobre o projeto “Aldir Blanc Inéditos: “Já se tornou um clichê lembrar que Dorival Caymmi chamava Aldir Blanc de ‘Ourives do Palavreado’. Mas é impossível não se remeter à declaração ao imaginar quantas pepitas de ouro o prolífico compositor carioca deixou guardadas, à espera de quem pudesse lapidá-las.

Algumas dessas joias vêm à tona agora, no álbum Aldir Blanc Inédito, em que grandes nomes da música brasileira, amigos e admiradores de Aldir, interpretam 12 canções inéditas. Com arranjos de Cristóvão Bastos e produção musical de Jorge Helder, o projeto gravado de julho a agosto deste ano, seguindo todos os protocolos necessários, estabelece uma transversal do tempo dos parceiros de Aldir.”

Trailer do álbum “Aldir Blanc Inéditas”

 

João Bosco | “Agora Eu Sou Diretoria” (Aldir Blanc e João Bosco) – Vídeo Oficial

Oba, chegou a nossa hora vamos lá comemorar / Ô manda aí um montão de copo / O bicho vem pra pegar / Louras sambando aqui na mesa / Entre a coxinha e o camarão / Esquentam a levada desse samba / Puxado a cavaco e violão

 

Voz e violão: João Bosco; Arranjo e piano: Cristóvão Bastos; Baixo acústico: Jorge Helder; Cavaquinho e percussão: Pretinho da Serrinha; Trombone: Vittor Santos

 

Chico Buarque | “Voo Cego” (Aldir Blanc, Leandro Braga)
Quando o fogo do meu corpo foi virando / A bruma consentida entre os casais / Pombas neuróticas se ergueram em bando / Partindo feito velas do meu cais / Então eu fui silêncio falso e brando / Nenhuma ave em mim e em meu marido / As pombas foram aos pares procurando / Onde o desejo havia se perdido

 

Arranjo e piano: Cristóvão Bastos; Baixo acústico: Jorge Helder; Cello: Jaques Morelenbaum

 

Moacyr Luz | “Lunar” (Aldir Blanc, Luiz Carlos da Vila e Moacyr Luz/Aldir Blanc)
Mulher lunar / A cada toque que eu te dou / A cada lasca que retiro / Eu perco um pouco / E você ganha mais valor / Por mais que eu lime / Tua dignidade em pedra e vime / Você vira filme, é um documento / Que as telas dos olhos dos outros / Refletem pra meu desalento

 

Voz e violão: Moacyr Luz; Arranjo e piano: Cristóvão Bastos; Baixo elétrico: Jorge Helder; Gaita: Rildo Hora; Percussão: Thiago da Serrinha

 

Maria Bethânia | “Palácio de Lágrimas” (Aldir Blanc e Moacyr Luz)
Não tem fim esse querer /  De saudade, areia e sal / Com lágrimas ergo a você / Um outro Taj Mahal

 

Violão 7 cordas: João Camarero; Viola caipira: Paulo Dáfilin

 

Joyce Moreno | “Aqui, Daqui” (Aldir Blanc e Joyce Moreno)
Andando aqui, descalça Dona da casa… / Armando aqui mexidos nos diversos sentidos… / Chorando aqui, pagando sua parte / No que estamos pagando pra ver / Dormindo aqui, a mais selvagem / A mais pura / A que não sabe nada, e tem mais jogo de cintura / E saindo, no dia seguinte, uma mulher / Maravilhosa, inteira e íntegra

 

Voz e violão: Joyce Moreno Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Baixo acústico: Jorge Helder Bateria: Tutty Moreno

 

Dori Caymmi | “Provavelmente Em Búzios” (Aldir Blanc e Cristovão Bastos)
Eu não conheço a palavra perder / Tudo que é triste eu torno sublime / De cada morte eu sei renascer / A covardia é um crime / Não viro a outra face / Não dou a mão ao desgosto / Passe o tempo que passar / Volto das cinzas com um riso no rosto

 

Voz e violão: Dori Caymmi Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Baixo acústico: Jorge Helder Bateria: Jurim Moreira

 

Ana de Hollanda | “Acalento” (Aldir Blanc, João Bosco e Moacyr Luz)
Esse cansaço profundo / Que não parece ter fim / Descubro não é do mundo / Estou cansada de mim

 

Voz: Ana de Hollanda Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Violão: João Lyra Baixo acústico: Jorge Helder Bateria: Jurim Moreira

 

Leila Pinheiro, Guinga | “Navio Negreiro” (Aldir Blanc e Guinga)
Doloroso imaginar / Que o tumbeiro me leva sobre o mar / Tanto azul embaixo de mim / E acima de mim vibra o ar

 

Voz e violão: Guinga Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Baixo elétrico: Jorge Helder Bateria: Jurim Moreira

 

Moyseis Marques | “Baião Da Muda” (Aldir Blanc, Moyseis Marques, Nei Lopes )
Quem que se deixou amordaçar / E aí se foi sem reclamar / Sem dizer sim nem que não / Quem que avoou sem nenhum pio / Foi lá pras bandas de outro rio / Ave de arribação…

 

Voz e violão: Moyseis Marques; Arranjo e piano: Cristóvão Bastos; Acordeon: Bebê Kramer; Baixo elétrico: Jorge Helder; Percussão: Thiago da Serrinha

 

Clarisse Grova | “Outro Último Desejo” (Aldir Blanc, Clarisse Grova)
Quero esquecer totalmente / O que nós dois construímos / Tirar do mapa da mente / Nossas alturas e abismos / Mas meu desejo maior / Mesmo que seja cruel / É trocar o que foi dito / No samba-canção de Noel / Aos canalhas que eu odeio / Diga que fui seu esteio / Que pensa em voltar pra mim / Que meu nome ainda lhe causa / No coração uma pausa / E o remédio é um butiquim / Mas se a figura me preza / Pragueje e diga que reza / Pro meu fim ser de indigente / Que o tesão não rolava / E que você me enganava / Com qualquer bobo atraente

 

Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Violão: João Lira Baixo acústico: Jorge Helder Bateria: Jurim Moreira

 

Alexandre Nero | “Virulência” (Aldir Blanc, Alexandre Nero e Antonio Saraiva)
Um vírus nos virou do avesso / Nos arremessou pra dentro / Um tiro nos atirou por entre / A Maré (…) / Que falta me faz meus país / Que falta nos faz a paz / Que falta nos faz um país / Na falta de ar, Um governo deserto / Atine um mar que se ajuste ao Teto

 

Arranjo, violão e baixo acústico: Jorge Helder Piano: Marcos Nimrichter Acordeon: Bebê Krammer

 

Sueli Costa | “Ator De Pantomima” (Aldir Blanc, Sueli Costa)

A farsa perante a corte / Não disfarça o meu calvário / Muito ao contrário o realça / Ridiculariza a morte em cada ato / Que o rei real realiza

 

Arranjo e piano: Cristóvão Bastos Violão e baixo acústico: Jorge Helder Bateria: Jurim Moreira Fluguel: Jessé Sadoc

 

Lançamento de álbum em homenagem a Aldir Blanc
“Aldir Blanc Inédito”, com lançamento hoje, reúne canções compostas a partir de letras inéditas de Aldir e interpretadas por grandes nomes da MPB

https://www.correiodopovo.com.br/arteagenda/lan%C3%A7amento-de-%C3%A1lbum-em-homenagem-a-aldir-blanc-1.696193

 

Aldir Blanc Inéditas nas plataformas
https://orcd.co/aldirblancinedito

 

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https://www.youtube.com/user/bemblogado/featured

 

Sarau Delivery é um projeto do Bem Blogado que traz, três vezes por semana, homenagens a artistas, com apresentações para o público que está em casa, recolhido na pandemia, e quem, por circunstâncias, está trabalhando fora de casa.

A seção está aberta para músicos, poetas, contadores de história…

Preencha seu tempo com arte e resistência!

Crédito: arte de Mello Menezes

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