Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
Sarau Delivery apresenta Osvaldo Moles, parceiro de Adoniran Barbosa e um dos maiores cronistas que são Paulo já viu. Considerado por Adoniran como gênio, Osvaldo Moles foi compositor, jornalista, escritor, publicitário, criador de programas humorísticos na década de 60, premiado com 12 Prêmios Roque Pinto, o Oscar da era do rádio brasileiro, trabalhou nas rádios Bandeirantes, Record e Tupi.
Como sei de tudo isso? Porque li “Recado de Uma Garoa Usada – Flagrantes de São Paulo e Crônicas Sem Itinerário”, livro organizado por Celso de Campos Jr. A obra traz 79 crônicas de Osvaldo Moles, publicadas na imprensa da década de 60, em jornais como Diário da Noite, O Tempo e Folha da Noite.
Ler as crônicas de Osvaldo Moles é voltar mais de 60 anos no tempo, mas é constatar também que as agruras da cidade grande, como buracos, trânsito, enchentes já estavam presentes no cotidiano paulista. Agruras que Osvaldo Moles levava na base de um humor corrosivo.
Aqui um trecho da crônica “Recado de uma Garoa Usada”: “Sei que, no outro dia, um pobre caiu num buraco, desses mantidos a pão de ló pela prefeitura. Lá ficou o coitado por sete dias, sem que nenhum socorro conseguisse extraí-lo da cárie do calçamento”.
“Tão admiráveis quanto os seus textos foram sua vida e sua carreira – aliás, suas carreiras, no plural. Por isso, esse volume traz ainda um ensaio biográfico do escritor – ou jornalista, ou radialista, ou compositor, ou publicitário, à escolha do freguês -, ilustrado com fotografias de seu álbum de família e reproduções de documentos, manuscritos e roteiros de rádio”, ressalta Celso Campos Jr. Na apresentação do livro, que já está nas melhores casa do ramo.
Osvaldo Moles trabalhou com o autor de “Trem das Onze” em rádios durante 26 anos, tendo criado e produzido programas como “História das Malocas” (1955), no qual Adoniran vivia o sambista Charutinho.
Outros personagens humorísticos vividos por Adoniran criados por Osvaldo Moles: Zé Cunversa, o malandro; Jean Rubinet, o galã do cinema francês; Moisés Rabinovic, o judeu das prestações; Richard Morris, o professor de inglês; Dom Segundo Sombra, o cantor de tango-paródia; Perna Fina, o chofer italiano. Dentre as músicas criadas pela dupla estão“ “Tiro ao Álvaro” e “Pafunça”.
Leia o livro, escute as músicas de Oswaldo Moles em parceria com Adoniran Barbosa, como “Tiro ao Álvaro” e “Pafunça” e esquetes de rádio com performances de Charutinho.
Elis Regina e Adoniran Barbosa – “Tiro Ao Álvaro” (Adoniran e Osvaldo Moles)
Demônios da Garoa – 1958 –
“Pafunça” (Adoniran Barbosa e Osvaldo Moles)
Pafúnça, pafúnça / Pafúnça que pena Pafunça / que nossa amizade virou bagunça / Pafúnça acabou-se a sopa / Que te dava pra eu morfar / Pafúnça acabou-se as ropa / Que eu te dava pra lavar / Hoje eu vivo no abandono / Um vira-lata sem dono / E pra me judiar, Pafunça / Nem meu nome tu pronúnça
Adquira o livro “Recado de Uma Garoa Usada – Flagrantes de São Paulo e Crônicas Sem Itinerário”, livro organizado por Celso de Campos Jr., numa das melhores casas do ramo que eu conheço: a Livraria Zaccara, dos amigos Lúcio e Cris. Entrega em todo o Brasil.
Rua Cardoso de Almeida 1356, Perdizes, São Paulo, Capital.
Whatsapp (11) 98338-5960
Telefone fixo: (11)3872-3849
Site da Garoa Livros com dicas sobre a obra
Recado de uma garoa usada – Flagrantes de São Paulo e crônicas sem itinerário
“Natal do Charutinho”, texto escrito por Osvaldo Moles especialmente para o personagem mais famoso de Adoniran Barbosa , no programa Histórias das Malocas.
“Olha a Polícia”, com Charutinho, personagem de Adoniran criado por Osvaldo Moles
Adoniran, incorporado no personagem Charutinho (criado por Osvaldo Moles), canta “Onde Vai Leão”. Na imagem com a esposa Matilde e o cãozinho Peteleco.
Tese de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação, de Bruno Domingues Micheletti
“Osvaldo Moles: o legado do radialista”
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