Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –
Sarau Delivery comemora hoje o centenário de Zé Dantas, parceiro de Luiz Gonzaga em grandes sucessos que não saem de nossas mentes como “A Volta da Asa Branca”, “Acauã”, “Sabiá”, “Riacho do Navio”, “Vozes da Seca”, Xotes das Meninas”, “Vem Morena” e “ABC do Sertão”.
Imaginem o cancioneiro do Rei do Baião sem estas e tantas outras belas músicas em sua trajetória. As letras de Zé Dantas trazem os pássaros cantando as dores da seca, mas trazem também o amor do homem à terra, as agruras e os prazeres do nordestino.
Escalamos um time vitorioso para cantar Zé Dantas. Do parceiro Luiz Gonzaga a Gal Costa, passando por Gereba Barreto (em homenagem especial no seu “Coreto”), Alceu Valença, Marisa Monte, Quinteto Violado (com live), Cristina Braga e Cordão do Boitatá.
Salve o eterno Zé Dantas!
Luiz Gonzaga canta “Riacho Do Navio” (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)
Riacho do Navio / Corre pro Pajeú / O rio Pajeú vai despejar / No São Francisco / O rio São Francisco / Vai bater no mei do mar / O rio São Francisco / Vai bater no mei do mar / Ah! Se eu fosse um peixe / Ao contrário do rio / Nadava contra as águas / E nesse desafio / Saía lá do mar pro Riacho do Navio / Eu ia direitinho pro Riacho do Navio
Centenário de Zé Dantas no Coreto do Gereba
Trilha para a narração: Suíte Lua Gonzaga (Gereba/Luiz Gonzaga)
Luiz Gonzaga canta “Vozes Da Seca”, citando uma grande seca no início da década de 50 e como fizeram a música, ele e Zé Dantas.
Seu doutor, os nordestinos têm muita gratidão / Pelo auxílio dos sulistas nesta seca do sertão/ Mas doutor, uma esmola a um homem que é são / Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão / Dê serviço a nosso povo, encha os rios e barragens / Dê comida a preço bom, não esqueça a açudagem / Livre assim, nós da esmola, que no fim desta estiagem / Lhe pagamo inté os juros sem gastar nossa coragem
A harpista Cristina Braga canta “Sabiá” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas). Projeto dela e de Ricardo Medeiros: “Os Pássaros de Luiz Gonzaga”. Momento do concerto realizado em março de 2012 em Teresina, Piauí,na série “Artes de Março”. Cristina Braga – Harpa e Voz; João Carlos Coutinho – Acordeão; Ricardo Medeiros – Violão Baixo
Tu que anda pelo mundo (Sabiá) / Tu que tanto já voou (Sabiá) / Tu que fala aos passarinhos (Sabiá) / Alivia minha dor (Sabiá) / Tem pena d’eu (Sabiá) / Diz por favor (Sabiá) / Tu que tanto anda no mundo (Sabiá) / Onde anda o meu amor / Sábia
Luiz Gonzaga canta Asa Branca (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira) e A Volta da Asa Branca (Luiz Gonzaga e Zé Dantas). Ouça a fala de Luiz Gonzaga contando e cantando as duas músicas, que completam uma saga da seca, a tragédia e a redenção.
Por farta d’água, perdi meu gado / Morreu de sede meu alazão / Inté mesmo a asa branca / Bateu asas do sertão / Entonce eu disse, adeus, Rosinha / Guarda contigo meu coração (…)
Já faz três noites / Que pro norte relampeia / E a asa branca / Ouvindo o ronco do trovão / Já bateu asas / E voltou pro meu sertão / Ai, ai eu vou me embora / Vou cuidar da plantação / A seca fez eu desertar da minha terra / Mas felizmente Deus agora se alembrou / De mandar chuva / Pr’esse sertão sofredor / Sertão das muié séria / Dos homens trabaiador
Gal Costa canta Acauã (Luiz Gonzaga e Zé Dantas). Programa Ensaio, de Fernando Faro, TV Cultura
Acauã, acauã vive cantando / Durante o tempo do verão / No silêncio das tardes agourando / Chamando a seca pro sertão / Chamando a seca pro sertão / Acauã, Acauã / Teu canto é penoso e faz medo / Te cala acauã / Que é pra chuva voltar cedo
Marisa Monte canta o “Xote das Meninas” (Zé Dantas e Luiz Gonzaga) com Waldonys na sanfona!
De manhã cedo já tá pintada / Só vive suspirando, sonhando acordada / O pai leva ao dotô a filha adoentada / Não come, nem estuda / Não dorme, não quer nada / Ela só quer / Só pensa em namorar
/ Ela só quer / Só pensa em namorar
Cordão do Boitatá em “ABC do Sertão” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
Lá no meu sertão pro caboco lê / Tem que aprender um outro ABC / O J é ji, o L é lê /
O S é si, mas o R tem nome de rê / O J é ji, o L é lê / O S é si, mas o R tem nome de rê / Até o Y lá é pissilone / O M é mê, e o N é NE / O F é fê, o G chama-se guê / Na escola é engraçado ouvir-se tanto: Ê / A, B, C, D / P, Q, lê, me / Nê, P, Q, rê / T, V e Z
Alceu Valença canta “Vem Morena” (Luiz Gonzaga e Zé Dantas)
Vem, morena, pros meus braços / Vem, morena, vem dançar / Quero ver tu requebrando / Quero ver tu requebrar / Quero ver tu remexendo / Resfulego da sanfona / Inté que o Sol raiar
Assista a live do Quinteto Violado em homenagem a Zé Dantas em seu centenário
Em 27 de março, foi realizada live em homenagem ao Centenário do Compositor Zé Dantas. Transmissão direta do Teatro José Fernandes de Andrade, em Carnaíba / PE – Terra Natal do Compositor.
O vídeo começa nos 9:46.
Zé Dantas: cem anos do poeta sertanejo
Nascido em Carnaíba, Sertão do Pajeú, José de Sousa Dantas Filho foi autor de várias das mais importantes letras da canção popular nordestina
https://jc.ne10.uol.com.br/cultura/musica/2021/02/12034802-ze-dantas-cem-anos-do-poeta-sertanejo.html
Cem anos de Zé Dantas, o ‘Dotô’ da música nordestina
Centenário do poeta e compositor de Carnaíba, parceiro de Luiz Gonzaga, é celebrado neste sábado (27); legado do artista pernambucano se mantém inestimável
https://www.folhape.com.br/cultura/cem-anos-de-ze-dantas-o-doto-da-medicina-e-da-musica-nordestina/174251/
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