Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
Sim sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil. Eu não ponho mordaça na exuberância tropical de nossas florestas e dos nossos céus, que transporto instintivamente para tudo que escrevo (…) Eu somente sou útil, de alguma forma, através da música (…) Considero minhas obras como cartas que escrevi à posteridade, sem esperar resposta (Heitor Villa-Lobos)
Sarau Delivery vai de Heitor Villa-Lobos (05 de março de 1887 – 17 de novembro de 1959), o grande nome da música clássica brasileira que convivia muito próximo com o popular.
Resolvemos pautar Villa-Lobos Inspirados em postagem no Facebook do amigo Pedro Amorim, músico que tem no bandolim seu instrumento principal, mas que também toca cavaquinho, banjo, violão e violão tenor.
Ao postar o vídeo abaixo da Filarmônica de Berlim, Pedro escreveu:
“É tão emocionante, tão grandioso, tão arrebatador!
Mexe com sentimentos profundos, com a própria consciência de quem somos e de quem podemos ser.
Precisamos insistir sempre, e abrir espaço pra este Brasil possível, que está sempre à margem da nossa história.”
Pedro Amorim que é de Paquetá como Anacleto de Medeiros, maestro Anacleto conviveu musicalmente com Villa-Lobos, bem como outros grandes nomes de nossa música como Catulo da Paixão Cearense, Ernesto Nazareth e Eduardo das Neves.
Vocês ouvirão Egberto Gismonti num disco só de Villa-Lobos de 1985. Lembro que entrevistei Egberto quando do lançamento deste disco e cometi uma “barriga” ao fazer o título para a matéria, escrevi “Egberto Gismonti embarca do Trenzinho da Alegria” e não “Trenzinho do Caipira”. Não esqueço da gafe, que ecoou na redação.
Vamos então com vídeos sobre Villa-Lobos e execuções de suas belas músicas, no Brasil e no exterior.
Leia também sobre as ligações de Villa-Lobos com a nossa música popular.
Villa Lobos – Bachianas Brasileiras nº 5 – Filarmônica de Berlim
Festival de Waldbuhne 2008 – Berlim – Orquestra Filarmônica de Berlim. Regência: Gustavo Dudanel (Venezuela), Soprano: Ana Maria Martínez (Porto Rico)
Musicos alemães, maestro venezuelano e uma soprano porto-riquenha interpretando a sensibilidade musical de um gênio brasileiro.
Egberto Gismonti: “O Trenzinho Do Caipira” e “Prelúdio – Movimento Da Bachianas N° 4” (Heitor Villa-Lobos)
“Bachianas Brasileiras Nº 2 – IV. Tocata (O trenzinho do caipira)” . Maestro Roberto Minczuk. Orquestra Sinfônica Brasileira
Uirapuru – Heitor Villa-Lobos (Orquestra Petrobras Sinfônica). Regente: Isaac Karabtchevsky
Radoslaw Michalek em “Gavotte Choro” (Heitor Villa-Lobos)
“Dança – Miudinho” (Villa-Lobos, 1941) por Nelson Freire, aos 21 anos em 1965, Munique
Por Pablo De Giusto, violonista argentino, “Suite Popular Brasileira” (Heitor Villa-Lobos)
Vídeo com Franz Ventura sobre Villa-Lobos: “Maestro multi-instrumentista e compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos deixou o maior legado erudito brasileiro na música. Sua obra foi por muito tempo incompreendida por sua pátria amada, porém seu sucesso internacional foi notável. Suas composições são modernas e originais inspiradas em toda cultura regional e folclórica pelo inteiro do Brasil. Músicas mais conhecidas são as Bachianas Brasileiras nº5 e nº4 e o famoso Trenzinho Caipira. Biografia e tudo sobre a história de vida do Villa Lobos.”
Liége Pinheiro Análise Musical: Ária/Cantilena – Bachianas nº 5, Heitor Villa-Lobos. PAS/UnB 1
Por Pedro Alexandra Sanches, site Farofafá; Heitor Villa Lobos e a música popular brasileira
Um dos episódios revividos é o encontro de Villa-Lobos com o maestro britânico Leopold Stokowski, que veio ao Brasil em 1940 no contexto da política da boa vizinhança dos Estados Unidos, para registrar num conjunto de discos, a bordo de um navio, a Native Brazilian Music. Villa-Lobos viria a ser o selecionador das músicas e dos músicos a serem gravados, entre eles Cartola, Donga, Jararaca, João da Baiana e 5050. A face musical nacionalista do maestro fica marcada na frase do maestro que a autora resgatou: “Os canários europeus cantam ti-ti-ti, já os brasileiros é aquele pá-pá-pá forte e vigoroso”.
Casa do Choro: sobre Villa-Lobos
https://acervo.casadochoro.com.br/cards/view/1268
Dicionário Cravo Albin:
Heitor Villa-Lobos: Compositor, maestro, violoncelista. Filho de Raul Villa-Lobos, músico amador e autor de livros didáticos, e Noêmia Umbelina Santos Monteiro. Nasceu numa casa na rua Ipiranga, em Laranjeiras, no Rio de Janeiro e teve sete irmãos. Seu avô materno foi boêmio e gostava de frequentar festas na companhia de músicos populares. Segundo C. Paula Barros, o avô (Santos Monteiro) chegou a compor uma quadrilha, intitulada “Quadrilha das Moças”. Na infância, Villa-Lobos era tratado pelo apelido de Tuhu. No ano da morte de seu pai, em 1899, escreve, aos 12 anos, a cançoneta “Os sedutores”. Aos 16 anos, morando então com uma tia, começa a travar contato com os chorões, como se chamavam os músicos que tocavam choro (ou chorinho). Tornou-se companheiro de Eduardo das Neves, Ernesto Nazareth, Anacleto de Medeiros e Catulo da Paixão Cearense.
Vá ao Museu Villa-Lobos, Rio de Janeiro
https://museuvillalobos.museus.gov.br/
Vá no Youtube no Villa-Lobos Channel
https://www.youtube.com/channel/UC4Qpt0znxV2AvzkRnST9Teg
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https://www.youtube.com/user/bemblogado/featured
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