Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
O grande compositor e cantor Guilherme de Brito completou 100 anos no último 03 de janeiro. Imortal pelas suas belas obras, Guilherme de Brito é reverenciado aqui pelo jornalista Arcírio Gouvêa Neto, pelo músico Pedro Amorim, pelo jornalista e escritor Luís Pimentel e também recebe reverências da produtora Ize Sanz.
Ouça o disco completo de Guilherme de Brito, idealizado e produzido pelo amigo do blog, o igualmente grande cantor e compositor Moacyr Luz.
Vejam vídeos com Nelson Cavaquinho cantando músicas da parceria com o Guilherme de Brito e também as grandes intérpretes Elis Regina, Leny Andrade, Beth Carvalho e Marisa Monte.
Por Arcírio Gouvêa Neto: “Guilherme de Brito, grande compositor brasileiro, nascido em 3 de Janeiro de 1922, completou, ontem, 100 anos de nascimento. Em 1955, o cantor Augusto Calheiros (a patativa do norte) gravou um compacto com dois de seus sambas: “Meu dilema” e “Audiência divina”, lançando-o no mundo da música.
No bairro de Ramos, neste mesmo ano, conheceu o seu grande parceiro, Nelson Cavaquinho, cuja primeira composição foi o samba “Garça”, dando início a uma dupla das mais poéticas e profícuas da música popular brasileira
Um povo sem memória como o nosso, provavelmente não o conhece e associa muitas das composições de Nélson Cavaquinho somente a este, quando a maioria delas tem letra de Guilherme de Brito, também um excelente poeta e pintor reconhecido internacionalmente. “A flor e o espinho” é uma delas.
A melodia é de Nélson Cavaquinho, mas a bela letra é de Guilherme de Brito. Outra joia rara de Guilherme de Brito é o samba “Gotas de Luar”, gravado por Marisa Monte. Ele morreu no Rio em 10 de abril de 2006, aos 84 anos.
Tire o seu sorriso do caminho
Que eu quero passar com a minha dor
Hoje pra você eu sou espinho
Espinho não machuca a flor
Eu só errei quando juntei minh’alma à sua
O sol não pode viver perto da lua
É no espelho que eu vejo a minha mágoa
A minha dor e os meus olhos rasos d’água
Eu na sua vida já fui uma flor.
Hoje sou espinho em seu amor”
Por Ize Sanz, produtora: “Sei que amanhã, quando eu morrer, os meus amigos vão dizer que eu tinha um bom coração…”.
Não, Seu Guilherme, tinhas um coração de ouro. Doçura no tratamento com o próximo. Um amor aos bichos inenarrável, “praticamente” um São Guilherme de Assis.
Tive a honra de conviver com esse homem carinhoso, mão amiga.
Nobre, elegante. Poeta, pintor. Nome sagrado. Nada vaidoso.
Trabalhei na produção executiva dos CD’S “Samba Guardado” e “A flor e o espinho” – duas “festas” produzidas pelo o compositor Moacyr Luz.
E aí, ” Graças a Deus, a minha vida mudou, a tristeza acabou, contigo aprendi a sorrir, enxugaste meus prantos…”.
Seu Guilherme, você é que nos deu uma grande festa com sua obra musical para os nossos ouvidos.
Faz 15 anos que partiu…o tempo passou, mas continua se chamando saudade.
Hoje estamos aqui nesse espaço maravilhoso e democrático lembrando da sua trajetória bem vida. Fazendo outra festa em comemoração aos seus 100 anos.
E diria para o senhor o que um colega seu escreveu: ” eu sei que vou te amar por toda a minha vida”.
Por Pedro Amorim: “Hoje (03 de janeiro) é o aniversário de 100 anos de uma das pessoas mais elegantes que eu já conheci. Poeta, compositor, pintor e escultor, escreveu algumas das melhores páginas do nosso cancioneiro popular, e foi o parceiro mais constante do Nelson Cavaquinho. Voz de seresteiro, expressiva e suave.
Um dos seus versos merece entrar em qualquer antologia: ” tire o seu sorriso do caminho, que eu quero passar com a minha dor.”
Sujeito muito fino e elegante, Guilherme de Brito.
Na minha galeria, mais um imortal”.
100 anos de Guilherme de Brito: o inglês de Bonsucesso
Por Luís Pimentel, jornalista e escritor
“Ele nasceu em janeiro de 1921. No começo do ano, no começo do mês (dia 3). Compositor e artista plástico, Guilherme de Brito lidou com a música exercitando a fleuma que o caracterizava: lentamente, sempre nos momentos certos, elegantemente como o seu andar, maneira de falar, trato com as pessoas.
Compôs pouco, quase sempre em parceria com Nelson Cavaquinho, mas em todas as criações se destacava o rigor formal das imagens e o domínio absoluto da poesia. “A flor e o espinho” e “Degraus da vida”, para ficar em dois exemplos, são amostras contundentes de sua enorme maestria.”
https://www.annaramalho.com.br/100-anos-de-guilherme-de-brito-o-ingles-de-bonsucesso/
Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito – A Flor e o Espinho – Se eu sorrir – Pranto de Poeta (Programa MPB Especial, de Fernando Faro)
Elis Regina : “Folhas Secas” (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho), no Programa de Fernando Faro
Guilherme De Brito – “Folhas Secas” – Álbum Completo
Marisa Monte canta Gota de Luar (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho)
Beth Carvalho – “A Flor e o Espinho” (Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho)
“A Flor e o Espinho” ((Guilherme de Brito e Nelson Cavaquinho) com Leny Andrade e Gilson Peranzzetta
“Folhas secas”, por Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito
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