Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado
Cantar era buscar o caminho / Que vai dar no sol / Tenho comigo as lembranças do que eu era / Para cantar nada era longe, tudo tão bom / Até a estrada de terra na boleia de caminhão / Era assim (Trecho de “Nos Bailes da Vida” (Fernando Brant e Milton Nascimento)
Pela sombra da ramada / No portão da moradia / O olhar da minha amada / Docemente reluzia / E com voz apaixonada / Eu cantava ao pé da escada / Uma triste melodia (Trecho de “História Antiga”, Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
Sarau Delivery lembra hoje que ontem foi o Dia do/a Cantor/a.
Fomos buscar uma lista dentro de nossas emoções e predileções para apresentar para vocês. Lista é sempre lista e, temos certeza, vocês lembrarão de outros nomes que poderiam estar aqui, tão rica é a nossa música.
Mas não poderíamos definir melhor o que é um cantor, uma cantora, do que o fez o artista pernambucano Flávio Leandro: “Eu não me considero um cantor: sou um caçador de emoções que usa a voz como arma. Não tenho compromisso com a técnica, emocionar é minha prioridade. Não que eu busque a desafinação, ou a estimule, mas na fila da interpretação a emoção reina, e eu me permito errar.
Sou réu confesso de minhas limitações como Cantador, apesar de ter aprendido muito com o sofrer dos colapsos de voz nos palcos da vida. Não gostava da voz de mico leão dourado do início de minha caminhada, mas me amarro pra caramba na voz de forrozeiro que eu consegui construir. Gosto de me ouvir.
Fico emocionado quando atinjo minha alma através do que canto, pois acredito que tocarei o coração das pessoas. Chorei, choro e chorarei quantas vezes a emoção mandar! Não tenho mais vergonha de chorar…Aliás, cantar é permitir que choro e riso se confundam, o resto é perfeição!”
Time escalado, mais ou menos por uma linha do tempo: Mário Reis, Dick Farney, Lúcio Alves, João Gilberto, Cauby Peixoto, Elza Soares, Leny Andrade, Miltinho, Elis Regina, Milton Nascimento, Emílio Santiago, Monica Salmaso, Renato Braz, Marcos Sacramento e Flávio Leandro. Ah, veja também uma aula com o cantor, compositor e professor Alfredo Del Penho sobre a “Voz na Música Popular Brasileira”.
Parafraseando Caetano na música que fez para Chico, “Salve o/a cantor/a popular”
Mário Reis em “Uma Jura que Fiz” (Noel Rosa)
Lucio Alves e Dick Farney em “Tereza da Praia” (Antonio Carlos Jobim e Billy Blanco) – 1954
Desafinado por Joao Gilberto (Antonio Carlos Jobim e Newton Mendonça)
Elis Regina canta “Na Batucada Da Vida” (Ary Barroso)
Elza Soares em “Meu Guri” e “Dura Na Queda” (Chico Buarque), gravado ao vivo
Miltinho canta “Samba no Leblon” (Luiz Ayrão)
Milton Nascimento “Nos Bailes Da Vida”, dele e de Fernando Brant
Cauby Peixoto canta “Luiza” (Tom Jobim), ao piano Amilton Godoy
Emílio Santiago – “Saigon” (Carlão / Claudio Cartier / Paulo Feital), gravado ao vivo
Leny Andrade canta “Rio” (Roberto Menescal)
Renato Braz canta “Onde Está você” (Oscar Castro Neves e Luvercy Fiorini)
Marcos Sacramento canta à capella “Meu Bem, Meu Mal” (Caetano Veloso)
Mônica Salmaso canta “Valsinha” (Chico Buarque e Vinícius de Moraes)
Leonel Laterza canta “História antiga” (Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro)
Flávio Leandro – “A Dança do Dia a Dia”, dele, Voz e Violão.
Uma aula bem gostosa de se ver e se aprender com o cantor e compositor Alfredo Del Penho em “A Voz na Música Popular Brasileira”
Vá ao canal do Youtube do Bem Blogado. Curta, compartilhe e assine:
https://www.youtube.com/user/bemblogado/featured
Sarau Delivery é um projeto do Bem Blogado que traz, três vezes por semana, homenagens a artistas, com apresentações para o público que está em casa, recolhido na pandemia, e quem, por circunstâncias, está trabalhando fora de casa.
A seção está aberta para músicos, poetas, contadores de história…
Preencha seu tempo com arte e resistência