Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado – 

Sarau Delivery apresenta o cantor e compositor pernambucano de Sertânia, Kalu Vital, cantor, violonista e compositor.

Sempre apreciei, talvez por incompetência própria, quem consegue unir Exatas com Humanas. Um dia, descobri, num poema de Álvaro Campos, heterônimo de Fernando Pessoa o trecho: “Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica. Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo. Com todo o direito a sê-lo, ouviram?”.

Pronto, tenho uma explicação para estes “doidos” como Kalu Vital, que além de cantar, compor, criar poemas e tocar violão é formado em Zootecnia pela UFRPE – Universidade Federal Rural de Pernambuco e trabalha no IPA – Instituto Agronômico de Pernambuco.

Da fonte inesgotável de “doidos” talentosos que é o Nordeste, Kalu Vital nos foi apresentado por outro “doido”, Luiz Cunha, sociólogo, seu colega de trabalho e também músico. Luiz falou de Kalu Vital com a minha prima Josedalva Queiros, grande fornecedora de músicos nordestinos para o Sarau.

Fizemos contato com Kalu, que aqui está com “Tem Mais alguém Aqui”, de sua autoria. Veja outros vídeos com o cantor e compositor abaixo, sempre com um toque da natureza do sertão pernambucano.

“Tem Mais Alguém Aqui” e o poema “Crise”, também de sua autoria.

Tem Mais Alguém Aqui (Kalu Vital)

No trecho em solidão, contar com a sua mão, quem dera

No trecho em solidão, me agarro ao violão

Esmagando a fera dor

A dor da solidão

A falta da paixão

Em plena primavera

Invernou meu coração

Noites, raios e trovões, pesadelos

Um mente em turbilhão, beirando o desmantelo

Mas tenho aqui comigo o violão a me serenar

Não sairá de mim a sensação

Quando ao violão

Tem mais alguém aqui

Kalu Vital canta Romaria (Renatpo Teixeira) com coro luxuoso de pássaros e galos e uma plateia selecionada.

“Vou Buscar “ (Ilton Pinheiro e Kalu Vital)

“Mar de Areia” (Cesar Amaral e Kalu Vital)

Kalu Vital e Cieldes Bilina em “Absorto” (Zeto)

Veja ou reveja aqui o pela Lisbon Revisited, de Álvaro Campos (Fernando Pessoa).
Não: não quero nada / Já disse que não quero nada / Não me venham com conclusões! / A única conclusão é morrer / Não me tragam estéticas! / Não me falem em moral! / Tirem-me daqui a metafísica! / Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas. Leia aqui o poema completo.

Poema “Lisbon Revisited” – Álvaro de Campos  – 1923 – (Fernando Pessoa)

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