Sarau Delivery: Olinda, quero cantar, nem que seja um frevo que faça chorar

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Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado –

Tenho razões pra fazer um frevo que faça chorar / Um frevo feito pra pular fevereiro / A dor de um ano inteiro ainda tenho que remoer / Desde a quarta-feira de cinzas passada que espero pra ver / Sorriso subindo ladeira / Olinda naquele refrão / Iremos cantar a ti outro ano / (…) No ano que vem prometo que faço um frevo canção de amor / Pra batata da perna doer a deliciosa dor / (…) Que a gente consegue esperar mais um ano, amor (Trecho de “Um Frevo Feito Pra Pular Fevereiro”, de PC Silva)

Sarau Delivery canta um carnaval de Olinda que está atravessado na garganta. Silenciado pela pandemia, a dor é grande em não ver o povo nas ruas de Olinda e do Brasil inteiro. Mas a causa é justa, é de vida. E é de dívida para quando acabar este carnaval de quarta-feira, da pandemia.

Tenho ouvido e visto vídeos dolentes. Nosso povo das artes cantando um carnaval sentido, sem rua, mas com a sensação de que está fazendo a coisa certa: esperar acabar esta pandemia passar e tudo virar folia.




Mas folia de alegria, não a folia de alguns que boicotam a vacina para todos e todas. Não a folia dos quartéis que consomem bacalhau, picanha, cerveja e uísque importado enquanto o povo se sacrifica lutando para não morrer de fome ou de Covid-19.

Sim, está atravessado na garganta, mas fios de vozes sentidas e contagiantes ecoam. Mesmo num carnaval silenciado pela pandemia dos desgovernantes, nosso povo canta, nem que seja de tristeza.

Veja o porquê de Olinda ser tão cantada, decantada, declamada e amada. Aqui, veremos vídeos sobre Olinda, com belas interpretações e edições sobre aquela linda cidadela. PC Silva, Flaira Ferro, Maria flor, Waleson Queiroz, Alceu Valença, Don Tronxo, Edinho Querós (ambos participantes do Sarau, com músicas em parceria com  nosso amigo Marcondes Sávio) Tudo por uma bela e alegre Olinda. Ah, e tem “Cordão da Saideira”, com e do Edu Lobo.

“Um Frevo Feito Pra Pular Fevereiro”, uma bela homenagem a Olinda neste carnaval silenciado pela pandemia. Cantam o autor PC Silva e Flaira Ferro

No ano que vem prometo que faço um frevo canção de amor / Pra batata da perna doer a deliciosa dor / (…) Que a gente consegue esperar mais um ano, amor

 

Ficha técnica: PC Silva – violão, voz e direção artística; Flaira Ferro – voz; Rafael Marques – arranjos, produção musical, bandolim e cavaquinho; Alexandre Rodrigues – flautas e clarinete; Filipe Novais – percussão; André Oliveira – gravação, mixagem e masterização; Rafael Moura – captação de imagens e produção executiva; Halline Siqueira – maquiagem; Lucas Torres – assistente de produção.

 

Veja e assista vídeos em dois momentos sobre o mesmo tema com os mesmos músicos: Maria Flor e Waleson Queiroz no Hino do Elefante de Olinda (Clídio Nigro e Cloves Vieira)

Homenagem com lindas imagens da eternamente bela Olinda:

Olinda, quero cantar / A ti, esta canção / Teus coqueirais, o teu sol, o teu mar / Faz vibrar meu coração / De amor a sonhar, minha Olinda sem igual / Salve o teu carnaval

 

Num momento intimista, Maria Flor e Waleson Queiroz no Hino do Elefante de Olinda (Clídio Nigro e Cloves Vieira)

 

Don Tronxo canta, em dois momentos, “Folias de Carnavais” (Don Tronxo e Marcondes Sávio).

Chegando em Olinda / Subindo as ladeiras / Em busca perdida de um amor que passou / O cheiro de jasmin vinha da ribeira / De um velho sobrado que o tempo apagou / (…) / Você é a bailarina dos meus sonhos irreais / Memórias dos meus delírios / Folias de Carnavais

 

“Folias de Carnavais” (Don Tronxo & Marcondes Sávio) cantam Don Tronxo e Alceu Valença.

 

Edinho Queirós canta Obra do Acaso (A Freira), dele e Marcondes Sávio

 

Alceu Valença canta “Olinda (Sonho de Valsa)”, de sua autoria.

Olinda / Tens a paz dos Mosteiros da Índia / Tu és linda / Pra mim és ainda / Minha mulher / Calada / O silêncio rompe a madrugada / Já não somos aflitos nem nada / Minha mulher / Tu voltas/ Entre frutas, verão e tu voltas / Abriremos janelas e portas / Minha mulher

 

Edu Lobo conta e canta o seu “Cordão da Saideira” – Dica da Graça Lago e do seu mano Mario Lago Filho (filha e filho do grande Mário Lago)

Hoje não tem dança / Não tem mais menina de trança / Nem cheiro de lança no ar / Hoje não tem frevo /  Tem gente que passa com medo / E na praça ninguém pra cantar / Me lembro tanto / E é tão grande a saudade / Que até parece verdade / Que o tempo inda pode voltar

 

Foto da capa do blog: Kleber Mendonça Filho

 

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Sarau Delivery é um projeto do Bem Blogado que traz diariamente homenagens a artistas ou apresentações para o público que está em casa, recolhido no combate ao coronavírus.

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