Por Washington Luiz de Araújo, jornalista, Bem Blogado – 

Samba / Agoniza, mas não morre / Alguém sempre te socorre / Antes do suspiro derradeiro (Nelson Sargento). Eu nasci com o samba / No Samba me criei / E do danado do Samba / eu nunca me separei (Dorival Caymmi). Batuque é um privilégio / Ninguém aprende samba no colégio / Sambar é chorar de alegria / É sorrir de nostalgia / Dentro da melodia (Noel Rosa e Vadico). O samba batuca / Atravessado no meu coração / Me chama, cuíca / Bem na cadência da imaginação (Moacyr Luz). 

O Sarau Delivery sabe que o samba agoniza, mas não morre e sabe que está atrasado um dia nas homenagens ao grande ritmo popular brasileiro. Dia 02 de dezembro foi o Dia Nacional do Samba, mas só hoje, um dia depois, é que estamos aqui, correndo atrás do trem, falando e sambando sobre o samba.

Samba que tem sofrido muito nesta pandemia, com seus músicos e todos aqueles que giram em torno dele tendo que se distanciar de multidões. Quer coisa mais difícil do que isso para o samba, ficar distante das multidões?

Abaixo, vídeos com a música emblemática desta história toda, “Agoniza, mas não Morre”, de Nelson Sargento, texto com Moacyr Luz, o grande timoneiro do “Samba do Trabalhador”, contando os motivos para o grande evento do Clube Renascença deixar, novamente dentro desta pandemia, de ser apresentado com público.

Veja Ary Barroso, Dorival Caymmi, Wilson das Neves, Germano Mathias, Moacyr Luz, Clmentina de Jeus (obrigado, Leila Martins), Pixinguinha e João da Baiana. Veja também uma ultra live de mais de quatro horas com o Trem do Samba virtual, na “estação” Portela, em homenagem ao Dia Nacional do Samba.

Nelson Sargento prova que o samba “Agoniza mas não Morre”, como ele diz, o seu hino nacional (canal do Youtube do Centro de Artes UFF – Universidade Federal Fluminense)

De acordo com o Mestre do Berimbau, Dinho Nascimento, “o Dia Nacional do Samba surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para homenagear Ary Barroso, que já tinha composto seu sucesso “Na Baixa do Sapateiro”, mas nunca havia posto os pés na Bahia. Essa foi a data (02 de dezembro de 1940) que ele visitou Salvador pela primeira vez. E a festa foi se espalhando pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.

Antigamente, apenas duas cidades costumavam comemorar o Dia do Samba: Salvador e Rio de Janeiro. Sob a batuta do músico Edil Pacheco, Salvador sempre tem promovido grandes shows no Pelourinho com os ótimos sambistas locais. Gente como Riachão, Ederaldo Gentil, Nelson Rufino, Roque Ferreira, Walter Queiroz.” No Rio, o Dia Nacional do Samba foi instituído em 1964.

Ao comentar com o Dinho de que só iria homenagear o samba um dia depois, o músico baiano comentou: “Meu camarada pra comemorar o nosso Samba a gente nunca está atrasado. Feliz dia do Samba sempre”.

1º Encontro da Capoeira no Samba de Roda em SP – Mestre Dinho Nascimento (2015) – Casnal do Youtube Mestre Ananias.

Casuarina “Na Baixa do Sapateiro” (Ary Barroso)

Dorival Caymmi canta “O Samba da Minha Terra, disco “Eu vou pra Marcangalha” (1957).

Germano Mathias canta “Quem Roubou meu Samba”, cena do documentário sobre o músico dirigido pelo pianista e cineasta Guilherme Vergueiro.

“Batuque na Cozinha” (João da Baiana),  Clementina de Jesus, Pixinguinha e João da Baiana (1968)

Texto em homenagem ao Dia Nacional do Samba, do site Sta. Tereza Tem.
“É com esse que eu vou sambar até cair no chão”. https://santaterezatem.com.br/2020/12/02/e-com-esse-que-eu-sambar-ate-cair-no-chao/

No Canal do Youtube de Zeca Padoginho, Wilson das Neves canta “Os Papéis” (Luiz Carlos Da Vila / Wilson Das Neves) e “O Samba É Meu Dom” (Wilson das Neves e Paulo César Pinheiro). Ô sorte!!!!!

Em declaração ao jornal Extra, o cantor e compositor explica o motivo para suspender as apresentações do tradicional “Samba do Trabalhador”, que era, antes da pandemia, levado no Clube Renascença, Rio, todas as segundas-feiras, há 14 anos. A roda foi reativada, com público, em 26 de outubro, mas, já no dia 29 de novembro, não houve a apresentação.
“ A gente percebeu que, mesmo tomando todas as precauções possíveis, há uma tristeza ainda. E isso não tem jeito de resolver. A gente percebeu que fica sem graça fazer uma roda de samba com tanta gente preocupada”

https://extra.globo.com/noticias/rio/e-um-novo-normal-que-nao-funciona-que-nao-normal-diz-moacyr-luz-sobre-rodas-de-samba-na-pandemia-24773149.html

Moacyr Luz – Atravessado (Clipe Oficial)

Do blog Carnavalesco:
O samba tão reverenciado lá fora, mas carece de respeito por aqui. O poder público precisa entender, de uma vez por todas, que o samba gera milhares de empregos e movimenta a economia. Sambista não é vagabundo. É trabalhador. Hoje, além de tudo, ainda temos que lutar para mostrar e reafirmar para sociedade nossa importância. Milhares de pessoas odeiam a “festa da carne”, gritam em palanques que o carnaval não precisa de dinheiro, que é melhor dar para creche ou construir hospitais e escolas. São formas de destruição criadas por movimentos conservadores e religiosos contra uma manifestação cultural e representativa do povo mais humildade e que celebra a força das matrizes africanas. É perseguição em pleno século 21.
https://www.carnavalesco.com.br/editorial-o-que-temos-para-comemorar-no-dia-nacional-do-samba-em-2020/

Em comemoração ao Dia Nacional do Samba, o tradicional Trem do Samba realizou uma live, na quarta-feira (2), às 19h, direto da quadra da Portela em Oswaldo Cruz, na zona norte do Rio. A live foi idealizada pelo compositor Marquinhos de Oswaldo Cruz. Veja aqui o vídeo de mais de quatro horas de homenagem ao samba.
https://youtu.be/tv2SFVQgyO4

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