Pedro Henrique, de 20 anos, foi baleado enquanto montava sua barraca de trabalho na Penha
Por Laís Gouveia, compartilhado de Brasil 247
247 – A morte de Pedro Henrique Morato Dantas, de 20 anos, na manhã do último domingo (6), está sendo investigada pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). O jovem foi baleado por um sargento da Polícia Militar enquanto montava sua barraca de trabalho na Praça Panamericana, no bairro da Penha, na zona norte do Rio. As informações são da CNN Brasil.
De acordo com a Polícia Militar, o autor dos disparos foi o 3º sargento Fernando Ribeiro Baraúna, de 39 anos, que estava de folga no momento do crime. A corporação afirmou que a Corregedoria foi acionada e que um procedimento interno foi aberto para apurar o caso. “A PM reforça que não compactua com cometimento de excessos e crimes realizados por seus entes, punindo com rigor os envolvidos quando constatados os fatos”, diz a nota oficial.Play Video
Testemunhas relataram que Baraúna havia saído de uma boate nas proximidades junto da esposa, Natália Regina Teles Novo Pires, de 35 anos. O casal teria se envolvido em uma confusão no interior da casa noturna, sendo posteriormente expulso do local. Minutos depois, Pedro foi alvejado enquanto organizava a barraca onde trabalhava.
No local do crime, Fernando afirmou que agiu em legítima defesa, alegando que o feirante tentou esfaqueá-lo. Sua esposa sustentou a versão, dizendo que Pedro teria sido o autor da agressão ocorrida dentro da boate. A versão, no entanto, é contestada por populares e familiares da vítima, que denunciam o assassinato como um erro brutal.
“A gente trabalhando na barraca do pastel, meu amigo trabalhador, que frita. Um cruel veio, diz ele que confundiu com o assalto que teve. Olha, matou meu amigo trabalhador”, afirmou uma mulher que registrou o policial detido logo após o crime.
Pedro Henrique era bastante conhecido na região e morava com a família na Estrada da Água Branca, na zona oeste da cidade. Com mais de 13 mil seguidores no Instagram, o jovem era presença frequente na Feira de Honório Gurgel e sonhava em crescer no ramo onde já trabalhava com o pai.
Fernando Baraúna e sua esposa foram encaminhados à 22ª Delegacia de Polícia e, em seguida, levados à Delegacia de Homicídios para prestar depoimento. O sargento foi autuado em flagrante por homicídio qualificado.
Está prevista para a tarde desta segunda-feira (7) a audiência de custódia que decidirá se o policial permanecerá preso ou responderá ao processo em liberdade. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, o nome de Baraúna ainda não havia sido incluído na pauta de audiências até a manhã desta segunda, mas os julgamentos começam a partir das 13h.
Enquanto a investigação avança, o caso reacende debates sobre o uso da força por policiais fora de serviço e os riscos da violência armada em áreas públicas.
