Por Jornal GGN, publicado em Jornal GGN –
A confissão de Delgatti não bate com a linha do tempo dos fatos, pois Intercept tinha as mensagens antes do celular de Moro ser hackeado
Jornal GGN – O jornalista Helio Gurovitz, diretor da Época, publicou no G1 um artigo chamando atenção para a possibilidade de o feitiço virar contra o feiticeiro no caso do hacker de Sergio Moro.
Se o suposto hacker Walter Delgatti, conhecido como “Vermelho”, diz a verdade sobre ser a fonte do Intercept, então cai o álibi do ex-juiz, que vinha alegando que as mensagens foram adulteradas, mas que ele não tinha como provar isso pois deletou o Telegram em 2017 e não salvou histórico de conversas.
“Se a confissão de Delgatti tem valor, o acesso a seus equipamentos digitais permitirá verificar a data e o conteúdo capturado. Permitirá afirmar, enfim, se a narrativa do “hacker”, das “supostas mensagens” (seja lá o que isso signifique…) e da manipulação tem consistência ou se não passou de cortina de fumaça para desviar a atenção do conteúdo comprometedor”, escreveu Gurovitz.
“Cortina de fumaça que, uma vez examinada de perto e dissipada, poderá revelar a transparência de um vidro antes embaçado, em que Moro, Dallagnol e companhia darão com a cabeça”, acrescentou.
O jornalista ainda chamou atenção para o fato de que a confissão de Delgatti – ele disse, segundo a PF, que invadiu o celular das autoridades e deu acesso ao Intercept – não bate com a linha do tempo dos fatos.
“Moro denunciou que seu Telegram fora alvo de uma invasão durante um período de aproximadamente seis horas no dia 4 de junho. Embora tenha começado a publicar as reportagens apenas em 9 de junho, o jornalista Glenn Greenwald, do Intercept, já afirmava ter uma “bomba” em e-mail enviado no dia 29 de maio. Como poderia dizer isso uma semana antes da invasão do Telegram de Moro? Há algo a explicar.”