Encontro organizativo reuniu entidades da sociedade civil que terão uma participação inédita no G20 que acontecerá no Brasil
Por Carlos Vasconcellos, compartilhado de SeebRio
A Secretaria Especial da Presidência da República realizou nesta terça-feira (29), no auditório do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro, com a participação de representantes dos movimentos sociais e dirigentes sindicais, de uma reunião para tratar da organização das atividades do G20 Social, que acontecerá de 14 a 16 de Novembro, na capital fluminense.
O olhar do trabalhador
A ideia inicial desta participação popular no G20, reunião dos governantes das maiores economias do mundo e representantes da União Europeia e União Africana, partiu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, numa iniciativa inédita.
O objetivo é incluir no período do evento do G20, o olhar dos trabalhadores e da sociedade em temas como, economia, crise climática e sustentabilidade e o combate à fome no mundo. O presidente brasileiro acredita que esta participação popular irá fortalecer a sua defesa, junto às lideranças internacionais, da Aliança Global Contra a Fome, sugerida por ele.
Os organizadores querem que o aspecto participativo deixe um legado para que a presença de entidades da sociedade civil ocorra também em todos os próximos eventos do G20.
O auditório do Sindicato ficou lotado para o encontro organizativo.
Governo e sociedade
A mesa da reunião contou com representantes dos governos federal e municipal, que apresentaram detalhes de como será o evento, que acontecerá no Boulevard Olímpico, Praça Mauá, em frente ao AquaRio e em armazéns da região.
Entre os participantes da reunião estavam Marcelo Fragoso, chefe de gabinete da Secretaria da Presidência da República e Henrique Silveira, da Prefeitura do Rio.
Combate às fake news
A presidenta da Federa-RJ (Federação das Trabalhadoras e Trabalhadores no Ramo Financeiro do Estado do Rio de Janeiro) e vice da CUT-RJ, Adriana Nalesso, que representou a categoria bancária no encontro, destacou a importância da presença de representantes do governo para tirar dúvidas dos participantes da reunião em relação de como será o G20 Social, além de esclarecer como se dará a participação das entidades no grande evento de repercussão internacional. Ela falou ainda dos desafios da sociedade contra movimentos que ameaçam a democracia.
“A unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais é fundamental para enfrentarmos as fakes news daqueles que usam o nome de Deus e das igrejas para conquistar mentes e corações”, afirmou.
“Ninguém pode ser perseguido por causa do gênero, raça, opção sexual ou expressão religiosa”, acrescentou.
A expectativa é de que o evento da sociedade civil, que terá inscrições abertas também para o público geral, reúna de 8 a 10 mil pessoas no Boulevard.
Haverá feiras temáticas de artesanato e produtos recicláveis, literária e gastronômica, com 150 barracas, além de plenárias e debates.
Documento das entidades
Os movimentos sociais irão elaborar um documento final com as propostas da sociedade que será entregue ao presidente Lula, que prometeu encaminhá-lo à cúpula do G20.
A realização do evento com a participação popular só será possível graças ao patrocínio de importantes estatais e empresas públicas, como a Petrobras, a Caixa Econômica Federal o BNDES e Furnas.
Momento histórico
O presidente da CUT-RJ Sandro Cezar, falou da importância da participação popular no encontro da cúpula das maiores economias do mundo.
“Estamos num momento mágico de encontro das nações em que o povo passa a ser protagonista”, declarou, lembrando que a atual geopolítica do mundo está comprometida com outros interesses e que, agora, o G20 não ouvirá apenas os governantes do mundo, mas também “a voz do povo e das ruas”.
A diretora do Sindicato dos Bancários do Rio, Cida Cruz, elogiou a reunião. “Este encontro é muito relevante para sabermos em que pé está a organização de um evento que permitirá a participação popular e da sociedade em um encontro Internacional da envergadura do G20”, explicou Cida.