Segundo dose em São Paulo: o negacionismo e o conto da vacina

30/07/2021

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Por Luiz Azenha –

Dois jornalistas denunciaram, via Facebook, que não encontraram vacina para a segunda dose em São Paulo, Capital. Luiz Azenha e Carlos Eduardo Alves fazem os relatos abaixo:

Não quero desanimá-los, os que esperam pela segunda dose. Mas faço duas observações de quem passou por isso: Não levem muito a sério o e-mail automático do Doria, mandando você voltar ao posto onde originalmente tomou a primeira dose. Eu fui duas vezes ao “meu”. Não tinha a segunda dose.

Não levem muito a sério o aplicativo da Prefeitura. Eu mesmo fui a três postos onde o aplicativo avisava que tinha a vacina AstraZeneca mas, chegando lá, não tinha.

O fato é que decidiram pulverizar as doses, criando absoluta incerteza sobre onde tem e onde não tem e qual vacina.

Ao chegar ao posto, não pegue fila direto. Geralmente, não tem ninguém para te informar nada. Vá direto na fila da segunda dose se informar para não perder tempo. Se você for de carro, se informe antes de perder horas na fila.

Precisei de dois dias, mais de 100 reais (táxi, estacionamento) e busca em sete postos diferentes para conseguir a segunda dose.

Vi muita gente na mesma situação, peregrinando.

Agora entendi melhor o motivo de quase 800 mil paulistas não terem tomado a segunda dose. Entendi o fosso entre os números de vacinação na periferia e nos bairros de classe média. E o fato de que a pandemia mata proporcionalmente mais os pobres e os negros.

Na minha opinião pessoal, o problema original ainda é o negacionismo do Bolsonaro, que atrasou a compra das vacinas e não tocou o PNI em conjunto com estados e municípios. Mas o Doria também tem a sua responsabilidade, pela vacinação com viés tucano.

Por Carlos Eduardo Alves

Você espera 3 meses por aquele dia. Afinal, seria a data em que se abriria o calendário de possibilidade de você retomar parte da vida que a pandemia tirou de todos. O dia de marcar na folhinha que daqui a duas semanas você poderá rever pessoas que ama e que não teve mais contato físico desde que o vírus te trancou em casa. Aí você brocha os planos.

Por incompetência do planejamento da Prefeitura de SP não existe na UBS o mesmo imunizante da primeira dose, que não foi escolhido por você. Ah, vontade de mandar um vsf para todos genocidas, incompetentes e demagogos que brincam com a vida da gente.

PS: pior, não há informação centralizada sobre disponibilidade de vacinas nos postos. O cidadão é obrigado a telefonar para todas as unidades de Saúde. Naturalmente, provavelmente pelo excesso de demanda de serviço, ninguém atende ou as linhas estão permanentemente ocupadas. Não tem como evitar a revolta: vsf genocidas de Brasília e incompetentes e demagogos de SP.

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