Por Antonio Vergueiro* –
Nossa Seleção Brasileira, canarinho, fábrica de craques e máquina de títulos. Onde jogamos, lotamos estádios, damos aula de bola com nossos jogadores abusados e irreverentes, sedentos por um drible, por um gol de placa, que faz a massa e a elite frequentadora, seja ela brasileira, alemã, italiana ou argentina, gritar a todo vapor: BRASIL, BRASIL!! . Esse grito é universal. Nosso sonho de criança é se tornar jogador; suar a camisa por nosso time do coração para que um dia, quem sabe, possamos conquistar o maior objetivo: jogar com a amarelinha! Isso era lindo. Não era? Pena que não é mais assim. Pelo menos eu não vejo mais assim. Vejo crianças que não ligam mais para nossa seleção. Ligam apenas para quanto vão ganhar, onde vão morar em suas luxuosas mansões, que patrocínios terão, caso se transformem em jogadores de futebol.
A nossa seleção de 2015 – aliás desde 2009 -, é composta por um plantel de modelos metrossexuais bilionários, que mais se importam em se pentear durante o jogo, olhando-se e admirando-se nos telões dos estádios, a maquiar-se na concentração para esconder possíveis espinhas e imperfeições.
Neymares, Danieis Alves e Davids Luizes que já têm dinheiro para gerações e gerações, vão se preocupar em jogar bem? Para quê? Já são titulares para sempre nos gigantes europeus, como Barcelona e PSG, por exemplo (que hoje em dia tem mais mídia e importância do que a seleção que tomou de sete).
A torcida, não os cartolas engravatados, mas o povo, quer ver um jogo de verdade, com jogador pago não para se maquiar ou para ter a chuteira mais brilhante, mas sim para encantar, alegrar, entreter com dribles, jogadas, todos os tipos e formas de gols. Queremos ver a raça de jogadores dentuços de cabelo sarará, espinhentos, mas que não se importam em ser assim. Sabem que jogam bem e que dão o seu melhor.
Se ainda pensássemos assim, não seríamos lembrados como o país do sete a um em casa, do passado glorioso e do presente medíocre. Ainda seriamos a seleção que mete medo, a seleção penta, a seleção de Dida, Cafú, Lúcio, Juan e Roberto Carlos, Emerson, Ronaldinho, Kaká e Zé Roberto, Ronaldo e Adriano (de 2006, para falar do mais recente) que ainda tinha outros jogadores em grande fase como Juninho Pernambucano, Gilberto Silva e Cicinho e outros começando, como Robinho. Todos jogavam bem ou muito bem. Hoje dependemos de um só príncipe santista.
Vamos jogar como antes, vamos ter orgulho de nós!