Seleção brasileira: um roteiro que virou a Copa da Morte

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Por Simão Zygband e Charge do Duke, compartilhado de Construir Resistência –

Vi uma postagem que explica muito sobre a atual tragédia do futebol brasileiro. Ela dizia o seguinte: “Dos últimos quatro presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), o 1º foi banido da FIFA; o 2º ficou cinco anos preso nos EUA; o 3º é procurado pela Interpol e o 4º é acusado de assédios moral e sexual. Não resta dúvida de que a camisa mais adequada a se usar num ato bolsonarista é a amarelinha”.
Não é preciso dizer que o futebol brasileiro, cuja seleção concorda em participar de uma Copa América sediada no Brasil em plena pandemia da Covid-19, incentivada pelo genocida Jair Bolsonaro (quando já morreu cerca de meio milhão de brasileiros), mostra o drama moral que tomou conta do país após a ascenção do fascismo ao poder.
No golpe articulado contra a presidenta Dilma Rousseff, os golpistas saíram às ruas de todas as cidades médias e grandes do Brasil, utilizando a camisa verde-amarela da seleção brasileira de futebol. Foram conclamados às ruas pelas emissoras privadas de rádio e TV, chegando ao cúmulo de marcharem junto a um pato levado à avenida Paulista, uma das mais importantes da capital paulista, pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
O slogan da Fiesp perguntava: “Quem vai pagar o pato?”. Muito rápido todos os brasileiros obtiveram a resposta. A multidão idiotizada de admiradores do pato, utilizando o “manto sagrado” da seleção brasileira, conseguiu macular um símbolo que pertence a todos os torcedores brasileiros e não somente aos golpistas convocados pela mídia.
Pior aconteceu logo em seguida, quando da realização da Copa do Mundo no Brasil. Alguns incautos, para fustigar o governo de Dilma Rousseff e seu padrinho político, Luiz Inácio Lula da Silva, construíram o movimento “Não vai ter Copa”, reunindo rapazes “bombados” da direita com inconsequentes da esquerda que não perceberam que faziam exatamente o jogo dos fascistas brasileiros. Alguns diziam que “queriam hospitais padrão Fifa ao invés de estádios”. Agora se calam quando faltam leitos para o combate à Covid-19, negligenciados pelo governo fascista.
Na Copa de 2014, realizada em solo pátrio, nada poderia ter saído pior. Dentro de campo, a seleção, tomada pela mentalidade golpista, teve uma atuação abaixo de medíocre. Parecia que haviam amolecido o jogo exatamente para prejudicar o governo do PT. O resultado foi o maior vexame já ocorrido com a seleção brasileira em Copas do Mundo em todos os tempos: o Brasil foi tripudiado por 7×1 nas semifinais da competição, e o resultado só não foi pior por que os alemães se apiedaram do escrete canarinho. Vexame histórico.
Para completar as já vexatórias apresentações da seleção brasileira naquela Copa de triste memória, o atacante Neymar, o craque do time, sofreu uma estranha contusão nas costas e desfalcou o time na semi-final contra a Alemanha. Mesmo contundido, adentrou o estádio carregando seu material esportivo. Bem atípico para quem está machucado na lombar. Logo estaria fazendo coro com os apoiadores do genocida Bolsonaro.
A partir da goleada, o futebol brasileiro nunca mais encontrou o eixo e coleciona vergonhas em tudo o que se relaciona a ela. A mais recente é a equipe aceitar disputar nos mesmos estádios onde passou o maior vexame de sua história, uma Copa América que pretende criar uma cortina de fumaça para encobrir a responsabilidade do governo genocida nos quase meio milhão de mortos. Houve uma ameaça de que a equipe não aceitaria participar dos jogos, mas a pressão do governo fascista parece ter falado mais alto. Não devem ter feito nenhum esforço, dada a falta de consciência do atual escrete brasileiro. Se transformou assim na Copa da Morte.
Não é improvável que a equipe que compactuou com o bolsonarismo colha em campos os mesmos fracassos da Copa do Mundo de 2014. As torcidas organizadas já realizam protestos de repúdio à Copa da Morte no Brasil. A luta continua.
A conferir.




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