O marujo do encouraçado São Paulo se jogou na linha do trem após escrever essas linhas para a sua amada. Rio, 5/3/34 Querida, Felicidades e ao mesmo tempo adeus para sempre. O fim desta é dar ciência de minha vida que durará até hoje. Desiludido de teu amor que nunca me tiveste, infelizmente embevecido por uma cousa que não me pertence, lutando para realizar um sonho.
Diziam, aliás que sou casado: para mostra-lhe a minha sinceridade, resolvi não mais te aparecer, ou em outra lugar, para, dar-te um adeus para sempre.
Como recordação de que me odeias, dar-te-ei, esta caneta e minha carteira de estudante. Ontem a hora que saí de tua casa e fui para a minha estava resolvido que tinhas que acompanhar-me, quando depois de muito pensar, resolvi o contrário, isto é, que você tenha a amizade a quem quiser.
Tenho também a lhe dizer que até a uns tempos passados, nunca tive amor a namoradas, mas agora foi o contrário. O único meio de esquecê-la é este. Receba do Manoel um lenço e um espelho.
Espero que sejam felizes
PS. Mas não quero que você dê estes objetos a outras pessoas sim. Adeus!