Por Gisele Cittadino – jurista
Tanta gente encantada com a fala da Dra. Ludhmila Hajjar na CNN e na GloboNews, e o Artur Xexéo se dizendo muito emocionado.
Só um misto de ingenuidade e desamparo pode justificar reações como essas.
No início da entrevista, a médica se disse honrada com o convite de Bolsonaro. Fico aqui pensando quem, nesse país, pode se sentir honrada com um convite do presidente da república.
Provavelmente a mais pura vaidade foi a única responsável pela ida desta moça ao Palácio do Planalto. Em suas redes sociais, há lives com Dilma Rousseff, abraços em Ronaldo Caiado e falas do tipo “me dou bem com todos, sejam de direita ou de esquerda”.
Mais uma vez, estamos diante dos velhos personagens que encantam os brasileiros: a galera que ama e é amada por todos. E como temos dificuldades de definir a dupla amigo x inimigo, companheiro x adversário, essas pessoas de “bem” seguem adiante sendo aplaudidas.
Quando finalmente a médica é atacada pelos bolsominions e sua chance escorre pelo ralo, opta por um comportamento antiético, revela toda a conversa com Bolsonaro, conta que Eduardo Bolsonaro e Pazzuelo estavam na sala com ela e o presidente, e faz um discurso oposicionista que mais parece o de uma petralha, como eu.
Nunca esqueço o que as pessoas fizeram no verão passado. Lembram quando a Flávia Piovesan aceitou um cargo conferido pelo governo golpista de Michel Temer? Jamais esquecerei.
Aliás, a Ludhmila está fazendo tanto sucesso que vou ficar de olho aberto daqui em diante. Imaginem se Lula for eleito em 2022 e a turma que gosta daqueles que gostam de todos indicar a moça para o Ministério da Saúde?