Compartilhado do Blog do Kennedy –
Bolsonaro, Mourão e ministros militares não escondem o golpismo
Os militares brasileiros deveriam copiar os colegas americanos, que estão se manifestando publicamente nos EUA contra a participação na política doméstica _um revés para o presidente Donald Trump.
As Forças Armadas do Brasil se desmoralizaram com a ditadura de 1964 e embarcaram numa nova aventura ao apoiar o presidente Jair Bolsonaro, um genocida, irresponsável e despreparado.
Em entrevista à revista “Veja”, o general Luiz Eduardo Ramos, articulador político de Bolsonaro, disse ser “ultrajante” falar na possibilidade de golpe, mas mandou recado à oposição ao dizer que “não estica a corda”.
Bolsonaro, o vice Hamilton Mourão e o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, divulgaram nota conjunta vergonhosa, na qual disseram que as Forças Armadas “não cumprem ordens absurdas” nem aceitam tentativas de tomada de poder decorrentes de “julgamentos políticos”.
Parece brincadeira, mas é uma tragédia. Bolsonaro, Mourão, Azevedo e Silva e Ramos não escondem o golpismo. Ameaçam a democracia o tempo todo.
O Brasil terá muita vergonha no futuro sobre este momento histórico. O retrocesso é enorme. Já há um projeto autoritário sendo implementado por Bolsonaro, com acontecimentos típicos de democracias fragilizadas.
Exemplo: chegamos ao ponto de veículos de imprensa terem de fazer um consórcio para apurar dados e publicar dados sobre a covid-19 que deveriam ser públicos.
Isso só acontece em ditaduras ou países com democracias fracas. Não deveria haver discussão sobre estatísticas oficiais. Trata-se de questão de Estado, não do governo de plantão.
Bolsonaro é uma ameaça ao avanço civilizatório no Brasil. Cometeu crimes de responsabilidade e delitos comuns. A sua permanência na Presidência da República é algo com o qual a atual geração de brasileiros terá de fazer um acerto de contas. É inacreditável o que aconteceu com o país, ameaçado cotidianamente por um defensor da barbárie.
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Acertou
Davi Alcolumbre, presidente do Senado, fez bem ao rejeitar a medida provisória de Bolsonaro que permitia ao ministro da Educação, Abraham Weintraub, nomear reitores das universidades federais.
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Alerta
A reabertura da economia levou ao aumento de casos de covid-19 em 20 Estados americanos. Por ora, não há saturação do sistema hospitalar, mas é preciso aguardar um eventual efeito dos protestos na pandemia. Com menor distanciamento social, a tendência é a elevação dos casos.
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Nova reivindicação
Cresce nos EUA o debate sobre derrubar estátuas de líderes confederados ou rebatizar bases militares nomeadas em homenagem a militares que se rebelaram contra a União na Guerra da Secessão entre 1861 e 1865. A historiadora Patrícia Acerbi, professora da Universidade George Washington, deu entrevista especial à Pastoral Americana sobre este tema.
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Brigando com os fatos
Na Flórida, a cientista Rebekah Jones foi demitida pelo governador republicano Ron DeSantis. Houve discordância sobre a publicação de dados da covid-19 no Estado. Ela, então, resolveu publicar os números por conta própria.
Os informes de Jones mostram número maior de casos do que relatam as fontes oficiais. DeSantis lembrou o presidente Jair Bolsonaro, que decidiu manipular os números da pandemia.
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Tiro pela culatra
O presidente Donald Trump está se isolando com sua estratégia de guerra cultural. Deu certo em 2016, mas, por ora, está dando errado. A história em 2020 pode ser diferente. Houve incômodo no Partido Republicano com a reação de Trump aos protestos. Militares entraram em choque com o presidente.
Ouça o comentário feita no “Estúdio CBN” na tarde desta sexta-feira: