Por Walter Falceta, jornalista, no Facebook
Sinceramente, eu não conhecia a recém-empossada deputada Ana Paula da Silva, do PDT. Descobri sua existência pela polêmica criada pelo decote de seu macacão vermelho, durante a posse na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Fui pesquisar e descobri que ela foi prefeita de Bombinhas (SC) por duas vezes, admira o compa Leonel Brizola, criou escolas públicas de tempo integral inspirada pelo CIEPs de seu mestre, investiu fortemente em tecnologia no controle da coisa pública, foi escolhida a melhor gestora municipal de Santa Catarina e a terceira melhor do Brasil. Terminou seu governo com 90% de aprovação.
Aí, descobrimos sua história política por conta de uma detração nacional!!!
E formulou-se a pergunta: o que deve vestir a mulher? Arrisco responder: aquilo que quiser! As saias curtas de Ana Paula e seus decotes não dizem nada sobre suas posições políticas ou sobre sua capacidade de gerir e legislar.
Esse Brasil do ódio patrulheiro já deu no saco. É machista, misógino, ignorante e, sobretudo, violento.
De resto, é assustadora a estigmatização que este país neovitoriano está criando sobre o corpo humano. Um terror que mobiliza direita e também esquerda, numa cruzada carola de supressão de qualquer fruição da estética do ser em sua materialidade.
Wilhelm Reich precisa ser muito lido. Ele mostra que sociedades travadas no conservadorismo, privadas da pulsão libidinal, reagem com a violência dos quartéis e da intolerância fascista.
Quanto mais recatado na superficialidade do moralismo burguês, mais maldoso e traiçoeiro é um povo.