Advogada da família diz que essa é “a maior condenação por racismo e injúria racial da história brasileira”
Por Catarina Nestlehner, compartilhado de CNN Brasil
A socialite Dayane Alcântara Couto de Andrade, conhecida como Day McCarthy, foi condenada pela Justiça Federal na última quarta-feira (21) pelos crimes de racismo e injúria racial contra uma das filhas dos atores Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. A pena aplicada é de 8 anos e 9 meses de prisão, inicialmente em regime fechado.
Os pais da garota Chissomo Ewbank Gagliasso, 11 anos, conhecida como Titi, comemoraram a decisão judicial nas redes sociais.
“Hoje a gente vem celebrar uma vitória contra o racismo. E sabemos que, infelizmente, esta vitória acontece por termos visibilidade e brancos e, portanto, mais ouvidos que a população negra […] nunca é tarde, mas ainda é tarde”.
Segundo os pais, o caso aconteceu em 2017, quando Chissomo tinha 4 anos de idade e foi alvo de racismo pela internet. Em maio de 2021 os artistas conseguiram oferecer uma denúncia.
“Títi, como vocês conhecem, nem sabia que poderia ser vítima, assim como ocorre com toda criança preta. O crime veio de uma mulher eugenista, que encontrou na internet o ambiente perfeito para proferir violências hediondas”, afirmaram os pais pelo Instagram.
A advogada de defesa da família Gagliasso Ewbank, Juliana Souza Oris, afirmou, também nas redes sociais, que essa foi “a maior condenação por racismo e injúria racial da história brasileira”.
“A condenação de 8 anos e 9 meses, inicialmente em regime fechado, no caso Gagliasso x Day McCarthy não é apenas uma vitória para a família Gagliasso. É uma vitória para todos nós”, disse a advogada.
“Essa é a primeira vez que, em reposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez”, afirmaram os pais de Títi.
A Justiça Federal do Rio de Janeiro que afirmou que o caso corre em segredo de Justiça.
A CNN tenta contato com a defesa da socialite.
* Sob supervisão