Sorvete começou a derreter o machismo no Brasil

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Por Arcirio Gouvêa Neto, jornalista

Vocês sabiam que o inofensivo sorvete foi o responsável pelo primeiro movimento feminista no Brasil, com a ousadia da mulher em quebrar a severa estrutura social machista vigente na sociedade a sua procura? Sim, isso ocorreu por volta de 1834, quando o italiano Lourenço Fallas inaugurou duas pioneiras casas de sorvetes no Rio de Janeiro, então capital da Corte.




No Brasil, antes do sorvete, as mulheres eram proibidas de entrar em bares, cafés, docerias, confeitarias e vai por aí. Para saboreá-lo, entretanto, a mulher praticou um de seus primeiros atos de rebeldia contra os padrões sociais vigentes, invadindo bares, restaurantes e confeitarias, lugares ocupados até então quase que exclusivamente pelos homens e sozinhas (um escândalo para a época).

Elas não resistiam aos apelos dos sabores tropicais de carambola, pitanga, jabuticaba, manga, caju e coco e para degustá-los quebraram barreiras. Por isso, entre nós, o sorvete chegou a ser considerado o precursor do movimento de liberação feminina no país.

Foto: Um estabelecimento de sorvetes no Rio, em 1906.

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