Da Redação: O coordenador do Movimento Sem Terra, José Pedro Stédile, esteve num debate em 10 de março no Centro de Mídias Alternativas Barão de Itararé, em São Paulo, onde falou sobre a conjuntura política atual. Para Stédile, o governo Temer está numa instabilidade total: “Acho difícil este governo chegar até 2018”. O líder do Sem Terra criticou o governo que tomou o lugar de Dilma Rousseff, afirmando que é o um governo “enttreguista” e que está causando um enorme mal ao povo pobre, com as reformas que são catastróficas, como a reformas da Previdência (assista ao vídeo abaixo) e a trabalhista.
Ele se mostra muito otimista sobre a candidatura de Lula à presidência: “Lula é candidatíssimo e eu disse a ele: ‘A história lhe deu a tarefa de ajuda a derrubar os golpistas”.
Sobre a tão falada possibilidade prisão de Lula, Stédile comentou que isso é muito difícil, por dois motivos: os militares o vêem como ex-chefe das Forças Armadas e não querem que uma autoridade que chegou a este patamar seja presa; as pesquisas semanais da Globo chegam ao juiz Sérgio Moro e ele não vai prender um político com o maior grau de popularidade no Brasil.
Stédile fez uma breve consideração sobre o fato de Lula não ter feito reformas importantes como a política, tributária e a democratização dos meios de comunicação. Para ele, isso não estava na chamada “Carta aos Brasileiros” que Lula publicou na campanha de 2002, tendo havido uma eleição com expressivo apoio popular, mas que havia um acordo com a classe dominante. O líder dos Sem Terra recorda que Lula, na presidência, cobrava pressão popular para empreender mudanças.
Stédile comentou que, de 1995 para cá, houve um declínio da massa trabalhadora como pressão popular. Lembra que em 1989 houve uma mobilização de massa e que em 1995 aconteceu a grande greve dos petroleiros, mas depois disso as mobilizações de massa foram decaindo. Sendo que Lula foi eleito graças a um acordo com a classe dominante, que vinha desgastada no neoliberalismo e viu que poderia ganhar economicamente com Lula, mesmo tendo que ver a classe trabalhadora ganhar também.
Mas Stédile, mesmo com toda a crise, está otimista. Vê a possibilidade do povo nas ruas virar o jogo, pois com todo o retrocesso imposto pelos golpistas considera que a paralisação do dia 15 pode contribuir para o início da reversão do cenário político. Para Stédile, não outra solução se não o povo nas ruas.
Assista ao Vídeo sobre a Reforma da Previdência e o prejuízo ao trabalhador rural, feito pelo jornalista Aparecido Araújo Lima: