Compartilhado de BBC News –
Steve Bannon, ex-estrategista-chefe do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi expulso do Twitter por “glorificação da violência” em meio à apuração das eleições.
Bannon disse que Trump, se fosse reeleito, deveria demitir o principal especialista em doenças infecciosas e o diretor do FBI (a polícia federal americana), e incitou atos de violência contra eles.
O banimento permanente do Twitter ocorre no momento em que empresas de tecnologia continuam a reprimir a desinformação.
O Facebook fechou um grande grupo que alegava ter havido fraude nas eleições americanas e anunciou novas medidas para dar destaque às postagens com o resultado legítimo da apuração.
Bannon, outrora um dos homens mais poderosos da Casa Branca, foi o chefe da campanha de Trump em 2016 e um dos principais conselheiros presidenciais durante os primeiros meses de sua presidência.
Na quinta-feira (5/11), ele postou um vídeo no Facebook, YouTube e Twitter, no qual disse que tanto Anthony Fauci — o rosto da luta do país contra o coronavírus — quanto o diretor do FBI Christopher Wray, deveriam ser demitidos após a reeleição de Trump e à violência. Também pediu que eles fossem decapitados.
“Agora, na verdade, quero dar um passo adiante, mas sei que o presidente é um homem de bom coração e bom. Na verdade, gostaria de voltar aos velhos tempos dos Tudor na Inglaterra. Eu colocaria as cabeças em estacas. Eu as colocaria nos dois cantos da Casa Branca como um aviso aos burocratas federais: ‘Ou você segue o programa ou está fora – hora de parar de jogar.'”, disse ele.
O presidente Trump expressou frustração com os dois homens, entrando em confronto com Fauci sobre a pandemia, e com Wray sobre o que ele vê como uma falha em investigar seu oponente, Joe Biden.
O Facebook e o YouTube removeram o vídeo, mas o Twitter emitiu uma suspensão total da conta de Bannon, por violar sua política de “glorificação da violência”.
A conta foi permanentemente suspensa, em vez de banida por um período limitado de tempo, disse o Twitter em um comunicado.
Guru da direita, Bannon prestou consultoria informal ao deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e apoiou a campanha de Jair Bolsonaro (sem partido) à Presidência do Brasil em 2018.
Facebook ‘rebaixa’ conteúdo
O grupo Stop the Steal no Facebook tinha cerca de 350 mil membros quando a rede social decidiu removê-lo, descrevendo a medida “excepcional”. Alegou que fez isso porque estava “criando eventos do mundo real” e “vimos apelos preocupantes de violência de alguns membros do grupo”, disse o Facebook em comunicado.
O Facebook está agora tomando novas medidas para restringir o fluxo de “reivindicações imprecisas” a fim de “evitar que esse conteúdo chegue a mais pessoas”.
“Isso inclui rebaixamentos de conteúdo no Facebook e Instagram que nossos sistemas preveem que pode ser desinformação, incluindo alegações desmentidas sobre votação. Também estamos limitando a distribuição de vídeos ao vivo que podem estar relacionados à eleição no Facebook”, acrescentou a empresa.
Como Trump continua a alegar, sem evidências, que vem ocorrendo uma fraude generalizada na contagem de votos, o Facebook também disse que alteraria suas notificações das eleições e circularia notícias do vencedor projetado, uma vez que a maioria dos meios de comunicação independentes projetou o resultado.
O mesmo aviso será colocado nas postagens de ambos os candidatos.
‘Tratamento especial’ de Trump pode acabar
Separadamente, a agência de notícias financeiras Bloomberg diz que o Twitter removerá o “tratamento especial” que dá ao presidente Trump como líder mundial, no caso de Joe Biden ganhar a Presidência.
O Twitter tem regras específicas para líderes mundiais , o que significa que normalmente não os bane pelas mesmas violações de usuários comuns. O Twitter argumenta que tais postagens – mesmo quando violam suas regras – são importantes do ponto de vista noticioso, com algumas exceções.
Em vez disso, o Twitter pode rotular a postagem de um líder mundial, ocultando-a da visualização e restringindo o engajamento – mas deixando-a visível para qualquer pessoa que clicar em uma mensagem de aviso sobre o conteúdo.
Isso tem sido feito repetidamente com os tuítes de Trump, desencadeando reações do presidente americano e de seus apoiadores.
Mas Trump voltaria ao status de usuário regular se perder a eleição, informou a Bloomberg — o que significa que seus tuítes podem ser excluídos ou sua conta suspensa, por violações da política do Twitter.