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Conservadores tentaram derrubar decisão parlamentar anterior que dava a casais homossexuais direito a ter filhos adotados e à inseminação artificial para lésbicas. União civil vigente na Suíça não equivale a matrimônio.
Segundo as primeiras projeções após o fechamento das urnas, na tarde deste domingo (26/09), uma significativa maioria do eleitorado suíço se pronunciou em referendo a favor do “casamento para todos”. Até o momento, a Suíça é o único país da Europa ocidental que não garante a casais homossexuais os mesmos direitos que aos demais.
Em 2020, com o respaldo do governo, o Parlamento em Berna aprovara a possibilidade de matrimônio entre indivíduos do mesmo sexo, permitindo-lhes ou realizar um casamento civil ou converter uma união civil já existente. Além disso, os casais homossexuais poderiam adotar crianças conjuntamente, e lésbicas casadas, submeter-se a inseminação artificial.
Resistência conservadora
No entanto, o Partido Popular Suíço (SVP) e outros grupos conservadores se interpuseram à decisão. Após uma coleta de assinaturas, exigiram um referendo sobre o “casamento para todos”, partindo do princípio que esse tipo de união só é aceitável entre um homem e uma mulher.
Os principais pomos da discórdia eram a possibilidade de adoção por casais homossexuais e a doação de sêmen para lésbicas, os quais, argumentavam os opositores, colocariam em perigo o bem-estar infantil e acarretariam “a morte do pai”. Na consulta deste domingo, contudo, cerca de 64% dos votantes confirmaram a decisão legislativa.
O Parlamento suíço debateu durante sete anos a abertura do matrimônio para os casais homossexuais. Em dezembro, a emenda do Código Civil nesse sentido foi finalmente realizada. A união civil, reconhecida no país, não é equiparada ao casamento civil.
av (AFP,EPD,KNA,DPA)