Por Juarez Q. Campos, Facebook
A criatura que deixa de exercer algum cargo ganha um “ex-” na frente da função que ocupou. Há o ex-presidente, ex-governador, ex-ministro, ex-marido, ex-jogador, ex-peguete, ex-juiz, ex-professor da USP, tem até ex-BBB. Alguém sabe explicar por que o milico carrega a última patente que ocupou para toda a eternidade?
O Heleno foi para a “reserva” em 2011, por que a galera chama o figura de general Heleno? Não deveria ser ex-general Heleno? Lembrando que na “Carta à Nação”, a bravata que publicou na sexta-feira, não assinou como ministro-chefe do GSI, mas mandou um “general Heleno”.
Porque se chama “reserva”? Em uma guerra vão chamar o septuagenário Heleno para comandar alguma frente? Não, né, pura lenda urbana para justificar a bandalha. Como qualquer servidor público que se aposenta vai para casa. Há o STF da reserva? Ou presidentes da reserva?
O Brasil tem 147 generais na ativa e outros 5.290 na “reserva” (dados de 2018). Tem 120 almirantes e 2500 na “reserva”, 100 brigadeiros e outros 2800 na “reserva”.
A inflação de generais, almirantes, brigadeiros da reserva tem uma explicação: na legislação anterior, o militar se aposentava com remuneração correspondente ao posto imediatamente acima.
É sério, era considerado “bravura” o sujeito ir para casa cuidar dos netos, daí ganhava até promoção. É por isso que temos até “marechais” na reserva.
Temos 20 almirantes para cada submarino, um brigadeiro para cada caça, 1/2 general para cada tanque. Há mais general por soldado no Brasil do que nos USA. E esse “excesso de contigente” de oficiais da reserva passa o dia conspirando enquanto joga biriba no Clube Militar porque a patroa não deve suportar o figura de pijama em casa comandando a diarista.
Daí você entender porque já estamos com quase 3000 militares trabalhando no Executivo, galera está sem fazer nada na burocracia militar. E na Saúde, nas últimas duas semanas já foram nomeados mais de 20 oficiais. Como dizia vovó, “mente desocupada é oficina de satanás”.
Pagava para ver o Guedes vir com a proposta de “exército mínimo”.