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Movimentos sociais, partidos políticos e diversas outras entidades representativas da sociedade civil reuniram cerca de 120 pedidos de destituição do presidente em apenas um, citando pelo menos 20 crimes de responsabilidade
São Paulo – Movimentos sociais, populares, partidos políticos e diversas outras entidades representativas da sociedade civil vão dar entrada na próxima quarta-feira (30) ao que está sendo chamado de “superpedido” de impeachment de Jair Bolsonaro. Haverá um ato político antes do protocolo do requerimento, marcado para as 14h, na Câmara. O superpedido de impeachment de Bolsonaro. que aponta cerca de pelo menos 20 crimes de responsabilidade, unifica as mais de 120 outras solicitações de destituição do presidente já protocoladas no parlamento.
“Faremos um ato conjunto com todos os partidos, organizações, lideranças e entidades que já fizeram pedidos de impeachment para a unificação de todos eles”, disse o líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS). O movimento reúne aida Psol, PCdoB, PDT, PSB, Rede, UP, PV e Cidadania. Também fazem parte entidades como a Central de Movimentos Populares (CMP), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a União Nacional dos Estudantes (UNE), as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular, a Coalizão Negra por Direitos e o grupo juridico Prerrogativas, entre outros. Ex-aliados de Bolsonaro juntaram-se à causa, como os deputados Alexandre Frota (PSDB-SP) e Joice Hasselmann (PSL-SP).
Pedido das ruas
Entre os crimes listados estão apologia à tortura, participação em atos antidemocráticos, incitação de motim entre classes armadas, além dos muitos crimes ligados à pandemia. “Este é um pedido das ruas e será apresentado justamente no calor e clamor pela preservação da vida, com apoio das grandes mobilizações de 29 de maio e 19 de junho. Não dá mais para esperar que o povo morra pela covid ou de fome. Bolsonaro tem que sair já”, afirma Raimundo Bonfim, coordenador nacional da CMP.
O presidente da UNE, Iago Montalvão, acrescenta que, além do impulso das ruas, o pedido reúne diversas representações sociais. “Esse novo pedido é muito importante, primeiro porque vem com a força e mobilização permanente das ruas contra Bolsonaro, e também porque agora reúne todos pedidos anteriores, movimentos sociais e partidos e deverá reforçar ainda mais os próximos protestos”, disse o estudante ao Paraná Portal,
“Nenhum governo cai de podre, é preciso derrotá-lo. O novo calendário de mobilizações é fundamental para que ande a luta política para derrotar o Bolsonaro”, afirma a deputada Fernanda Melchionna (Psol-RS), autora de um dos primeiros pedidos de impeachment contra Bolsonaro.
Força das ruas
Se as mobilizações do #29M e o #19J catapultaram o superpedido de impeachment, a terceira grande mobilização, marcada para 24 de julho, vai ampliar a pressão sobre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). É dele a decisão para a dar andamento aos pedidos de afastamento do presidente. A data da próxima mobilização foi decidida pelas lideranças das frentes Povo Sem Medo, Brasil Popular e Coalizão Negra por Direitos.
Assim como ocorreu nas manifestações #29M, que reuniu cerca de 420 mil pessoas pelo Brasil no dia 29 de maio, e #19J, levando 750 mil pessoas às ruas em no último sábado (19), o protesto exige também a aceleração da vacinação contra o novo coronavírus e a volta do auxílio emergencial de R$ 600 até o fim da pandemia.