Publicado em Jornal GGN –
Além disso, as duras críticas apresentadas pela procuradora-geral da República Raquel Dodge à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba pode alimentar ações disciplinares contra a equipe
A notícia de que a criação de uma ONG ou fundação bilionária influenciada pela Lava Jato em Curitiba foi “suspensa” não fez ministros do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal de Contas da União aceitarem como o fim da discussão. Segundo informações do Painel da Folha desta quarta (13), os tribunais pretendem levar adiante as reclamações que chegaram contra os procuradores da equipe de Deltan Dallagnol.
Os membros do Ministério Público Federal anunciaram na terça (12) que pediram à 13ª Vara Federal de Curitiba a suspensão da criação de uma instituição privada para administrar um fundo de investimento com mais de R$ 1,2 bilhão, que serão investidos em ações sociais e anticorrupção. O dinheiro é metade de uma multa que a Petrobras foi obrigada a pagar no Brasil para evitar um processo nos Estados Unidos.
A iniciativa de criar um fundo privado com o dinheiro não foi informada à Raquel Dodge, que acionou o Supremo contra a ação. “O tom do duríssimo questionamento apresentado por Dodge ao STF surpreendeu integrantes de outras cortes e da própria Lava Jato –a força-tarefa não foi por ela avisada da iniciativa. Dentro do Ministério Público, houve especulações sobre o que a inspirou a escrever texto tão incisivo”, escreveu o Painel.
“Para integrantes do TCU, a peça montada pela PGR é tão rigorosa que pode ser usada para incrementar questionamentos em conselhos disciplinares à conduta dos procuradores que assinaram o acordo e da juíza que o homologou”, acrescentou.
Ainda segundo Painel, o ministro da Justiça Sergio Moro foi acionado por PT e PDT, que querem os documentos do acordo com a Petrobras e EUA, que resultou na multa total de R$ 2,5 bilhões às “autoridades brasileiras”.