Por Washington Luiz de Araújo, jornalista –
Tem coisa que quando muda, muda para pior. As fotos na abertura deste post têm 24 anos de distância. A primeira é de 1994, de Márcia Foletto, publicada em O Globo, e a segunda, de Leo Correa, foi publicada na Folha agora, dia 21 de fevereiro, quando o Exército faz um “esquenta” para a intervenção no Rio.
Ambas chocantes, as fotos levam a gente a várias reflexões e revolta. Não sou daqueles que desejam o mesmo para Ipanema e Leblon. Só queria que isso nunca acontecesse, independente de local. E pergunto: isso também não é crime?
Fico pensando no trauma destas crianças confrontadas desta forma. Ah, mas o tráfico vive ostentando e confrontando as populações das favelas também. Sim, mas o tráfico é formado por bandidos. Ao contrário daqueles que deveriam respeitar os cidadãos, desde as criancinhas até os adultos.
Estes caras estão preparados para enfrentar criminosos se não sabem nem discernir criança de bandidos? Como querem combater o mal praticando o mal?
Para quem aplaude isso, a minha repulsa
E fico com uma música na cabeça, letra de Chico Buarque e Vinícius de Moraes, cuja melodia é do não menos genial Garoto: “Tem certos dias em que penso em minha gente…”.