Temer corta Bolsa Família de desempregados e moradores de ocupações

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Por Alina Souza e Palácio Piratini, publicado em RBA – 

Eva Gonçaves está desempregada, mora numa ocupação na zona oeste, deixou de receber R$ 79 do Bolsa Família, mas não foi informada do motivo da suspensão. “Todo mês a gente vai lá (no Centro de Assistência Social) e eles falam para nós que o caso está em análise, se as pessoas realmente precisam desse benefício”, conta, em entrevista ao repórter Jô Myiagui, da TVT. Assim, como Eva, milhares de pessoas estão sem receber o benefício. Em São Paulo, os cortes  atingem até quem está sem emprego e mora em ocupação. “Com ele a gente comprava algumas coisas para cara, como gás, arroz e feijão. Esse dinheiro ajudava bastante”, lamenta Eva.
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 Segundo o governo federal, suspensão do benefício é por conta de análises. Só em julho deste ano foram retiradas 543 mil pessoas do program

Só em julho deste ano foram retirados 543 mil beneficiários do Bolsa Família. Ao todo, sob o governo Temer mais de um milhão de famílias foram excluídas do programa. O corte inclui cancelamentos e as chamadas suspensões para análise, sob alegação de que as análises permitem retirar famílias que não precisam mais do benefício e incluir outras que não recebiam.




Em tempos de crise, com mais de 14 milhões de desempregados, é quando se tornam mais necessários os programas sociais públicos de segurança alimentar. O Bolsa Família, além de ser um complemento de renda, ajuda a movimentar a economia. É o que explica André Luzzi, pesquisador da ONG Ação da Cidadania.

“Segundo o Banco Mundial, o combate à pobreza na América Latina é quase condicionado ao Bolsa Família e demais estratégias brasileiras de superação da miséria. Quase metade da população da América Latina conseguiu superar a fome e a miséria com programas de transferência de renda”, explica. De acordo com o próprio Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, outras 500 mil famílias estão na lista de espera, mas sem previsão de entrada.

Com esse corte de 543 mil benefícios, o governo anuncia que vai “economizar” R$ 100 milhões por mês. Para o pesquisador, o teto de gastos adotado pelo governo Temer não deveria cortar programas sociais. “Não faz nenhum sentido, é uma política perversa, que retira direitos da população que mais precisa e que, ao longo do período de ascensão econômica que o Brasil teve, foi o indutor de processos de grande dinamização da economia local e de melhoria da renda e da alimentação das pessoas”, afirma.

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