Publicado em Brasil 247 –
Entre a data da foto da direita, o dia 13 de maio deste ano, quando Michel Temer tomou posse na presidência, e a noite de Natal, passaram-se 225 dias; no entanto, em seu pronunciamento de ontem, Temer afirmou que assumiu o poder há pouco mais de 100 dias; o erro de cálculo é proposital e visa escamotear a incapacidade de Temer, que usa a posse definitiva, em 31 de agosto, como início de seu mandato; desde que Temer chegou ao poder, a confiança não voltou, a recessão se aprofundou e o desemprego piorou – o único dado positivo, a inflação, foi reduzida graças à paz de cemitério que reina na economia brasileira; Temer também afirmou que a reforma da Previdência visa preservar “sua sagrada aposentadoria”, mas um estudo do Dieese aponta que 70% dos brasileiros não terão mais benefícios se as propostas do atual governo passarem no Congresso
Ao invadir os lares dos brasileiros em plena noite de Natal, Michel Temer, que é rejeitado por 77% da população, segundo pesquisa Ipsos, contou pelo menos duas mentiras – ou meias verdades.
A primeira delas diz respeito a seu tempo no poder. Temer assumiu a presidência da República numa sexta-feira 13: o dia 13 de maio deste ano. Desde então já se passaram 225 dias, ou seja, quase oito meses no comando do País.
Na fala de ontem, no entanto, ele falou em “pouco mais de 100 dias” e “poucos meses” no poder. Temer usa propositalmente a data de sua posse definitiva, que ocorreu no dia 31 de agosto.
Com isso, ele tenta esconder sua incapacidade de apresentar saídas para a crise econômica e esticar ao máximo o discurso da “herança maldita”. No entanto, desde a posse de Temer, a confiança não voltou, a recessão se aprofundou e o desemprego piorou – o único dado positivo, a inflação, foi reduzida graças à paz de cemitério que reina na economia brasileira. Como os brasileiros reduziram drasticamente o consumo, os empresários reduziram preços e fizeram promoções até às vésperas do Natal.
Temer, que se aposentou precocemente aos 55 anos, e de forma privilegiada, também contou outra mentira, ao falar sobre a reforma da Previdência. Segundo ele, as mudanças que propõe visam preservar “sua sagrada aposentadoria”. No entanto, um estudo do Dieese aponta que 70% dos brasileiros perderão seus benefícios se as mudanças, que preveem idade mínima de 65 anos e 49 anos de contribuição para o benefício integral, forem aprovadas (leia aqui).
Abaixo, a fala de Temer: