Por Rita Almeida, via Zeca Castellar, Facebook –
Entrar nessa de “não vai dar em nada” sobre o que está acontecendo nos últimos dias não ajuda. Será que não aprendemos nada com as eleições? Será que não aprendemos nada sobre a força das narrativas? Até a mamadeira de piroca e o kit gay viraram uma realidade, mesmo sem existir, porque ganharam força narrativa. Nós temos a verdade nas mãos. A verdade tem força.
Lógico que é necessário muito mais do que isso para que as coisas mudem, mas isso também não se fará num passe de mágica. Isso tudo que aconteceu não irá ruir num dia, nem em alguns meses, vamos precisar de tempo e persistência. O Intercept sabe disso, e por isso sua estratégia de “fritar em óleo morno” é fundamental.
Jogar toda a merda no ventilador de uma vez iria causar apenas mais um escândalo, que duraria algumas semanas e se acomodaria na nossa prateleira de escândalos.
Essa estrutura de novela, e ela pode durar meses, é a maior potência da #VazaJato, porque vai minando a estrutura. Corroendo por dentro como cupim na madeira.
Então, a questão não é “dar em alguma coisa” porque “já deu em alguma coisa”. Como me disse hoje um amigo, nós saímos das cordas, a pressão agora está do lado de lá, e nossas narrativas precisam garantir que eles continuem acuados, alvos de critica e deboche, tendo que se justificar.
Com os vazamentos do Intercept nós estamos tendo a oportunidade de dar as cartas, não percam essa oportunidade. É hora de ir pra cima, nessa disputa de narrativas. Nada de desânimo.
Outra coisa, essa é a hora de furar as bolhas. Curtir, compartilhar ou fazer referência a pessoas que estão mudando suas posições é muito importante, porque vai abrir caminhos para outras pessoas mudarem de posição e se sentirem mais motivados e menos inibidos de fazê-lo. Isso também bagunça os algoritmos da internet, vocês não fazem ideia do poder disso.
O fato é que toda pessoa e cada pessoa que deixar cair sua crença nessa verdade que estava posta até agora será bem vinda. Eles tem o poder, então nós vamos precisar do elemento de sempre: a quantidade de pessoas contrárias a eles, ou pelo menos, duvidando deles.
Vai ser lento, dolorido, desgastante e cansativo, mas pra eles. Os próximos meses não podem se tornar uma tortura pra nós. Precisam ser uma tortura pra eles. Pra eles.