Por Sérgio Mesquita, analista de Sistema, trabalhou 29 anos na antiga TVE-RJ, hoje TV Brasil. Atualmente é Secretario Municipal de Cultura de Maricà, Rio de Janeiro –
Assistindo recentemente ao filme de animação brasileiro “Uma História de Amor e Fúria”, lembrei-me da fala de um garoto de Maricá, de 18 anos, já um monstro em sabedoria, Bernardo Farias, filho do professor de história e filosofia, e amigo, Marcos De Dios.
Antes um porquê da citação da animação. Trata-se de um filme que narra vários casos de amor ao longo da história do Brasil. Desde o descobrimento até um futuro próximo que me inspirou o texto. A história acontece em um Rio de Janeiro com prédios de centenas de andares, Trens suspensos em vários níveis e naves de transportes como nos desenhos dos Jetsons. O que chamou a atenção foi o problema da água. O personagem principal, que está presente em todas as histórias de amor e fúria, comenta que meio copo de água custa mais caro que uma garrafa de whisky. Uma observação, os enredos das várias histórias temporais da animação passa pela luta contra a injustiça. Daí a questão da corrupção fazer parte do título do texto.
Lendo nas mídias alternativas as notícias sobre a operação “Lava a Jato”, da polícia Federal, e a recente e esperada prisão, pela primeira vez, dos corruptores envolvidos com negócios públicos, com o dinheiro público, também senti aquela leve sensação de alívio. Claro, sem deixar de atentar para a prática da nossa “democrática” mídia e da nossa direita que deseja mais um golpe contra a democracia. Como já fizeram em 54, 64 e outras datas, quando deturpam e criam notícias de acordo com seus interesses.
O que um garoto de dezoito anos falou para seu pai: “Não perceberam o que está por trás das prisões dos empresários? Trata-se de luta entre segmentos da classe dominante”. E explicou o por quê. O que tento traduzir a seguir.
As empreiteiras brasileiras, a exemplo da Petrobras, estão se ramificando, realizando negócios para além das fronteiras brasileiras. Estão ganhando mercado internacional em consequência direta da política externa do governo do PT. A Petrobras hoje é a quarta empresa em tamanho no mundo e uma das que mais investem em pesquisa. Nossas empreiteiras estão com obras espalhadas pela América Latina e África. Ganhando cada vez mais mercado. E isso incomoda as empresas estrangeiras, os governos das metrópoles e a nossa direita, que deseja a volta do Brasil Colônia e seus status de senhores feudais. Senhores aqui e vassalos das metrópoles. Desejam a volta do Brasil como exportador de matéria prima.
A partir daí, vamos à teoria da conspiração:
- A água, em breve, será mais valiosa do que o petróleo ou qualquer outra coisa;
- As enormes reservas do pré-sal em nossas águas territoriais;
- A Amazônia como a maior reserva de água;
- A suspeita queda do avião do Eduardo Campos – caixa preta não grava nada;
- Jornalista americano denuncia a CIA como envolvida na queda do avião do Eduardo Campos;
- Os presidentes do Uruguai e Venezuela denunciam documentos que colocam a Marina como projeto dos EUA para a presidência do Brasil;
- O Brasil investe, na medida do possível, na indústria bélica para defesa do pré-sal e da Amazônia (para piorar… os caças comprados não foram americanos);
- Os diretores das empresas denunciadas na operação Lava Jato foram presos;
- Os diretores das empresas estrangeiras envolvidas no “trensalão paulista”, que confessaram o esquema com o PSDB, estão soltos e não são incomodados, bem como os dirigentes do PSDB.
Deixo claro que os diretores presos merecem a prisão, e só foram presos por conta da mudança política pela qual o Brasil passou com Lula e Dilma. Se nada tivesse mudado, o governo fosse do PSDB, só Deus, coitado, é quem saberia.
Mas como, historicamente, o Brasil sempre sofreu influência maldita das metrópoles, primeiro Inglaterra e depois os EUA, que além de financiarem políticos aqui, planejaram e executaram o golpe civil militar de 64, nada é impossível na lógica capitalista. Por que o que interessa para eles é que voltemos a ser colônia.
Agora, durmam com esse barulho.
Sérgio Mesquita