Por Ayrton Centeno, no Facebook
Quando o presidente do STF, Dias Toffoli, este gigante moral, decide que não chamará 1964 de golpe mas de “movimento”, é inevitável imaginar como definirá outras situações.
Por exemplo, em 1970, o cadáver do preso político Eduardo Coleen Leite, o Bacuri, foi entregue à família em caixão lacrado e com a ordem de não abrí-lo. A ordem foi desrespeitada e o caixão aberto: Bacuri tinha os olhos vazados, as orelhas e os dentes arrancados, o corpo coberto de hematomas e queimaduras, dois tiros no peito e dois na cabeça.
Diante disso, o que dirá o intrépido Toffoli? Que, na condição de opositor do “movimento”, o preso bastante deprimido resolveu se automutilar, ao mesmo tempo em que desferia quatro tiros na cabeça e no peito.
Toffoli que chame 1964 de “movimento”. Eu sei do que o ministro deve ser chamado. E não entre aspas.