Acostumado aos tempos de glória, meu amigo Carlos quer acreditar que sua Lusa ainda vai voltar a ser grande, como na década de 50, em que tinha sete jogadores na Seleção Brasileira

Nestes tempos de pandemia, o amante do futebol fica saudoso. Ainda mais se ele tiver nascido na terra de Camões.

E os torcedores lusos têm muito do que lembrar.




Muita saudade para sentir.

A Portuguesa de Desportos teve sim grandes times.

Craques incríveis.

Atacantes de Seleção Brasileira.

Teve Enéas, Servílio, Dida, Pinga, Leivinha, Dener, Julinho Botelho, Ivair, Ipojucã e muitos, muitos outros.

“Agora temos um menino que é promessa da base: o Queiroz.”

A frase é do meu amigo Carlos, português fanático pelo clube do Canindé. Ele andava meio jururu com a situação, mas se animou depois da vitória da Lusa sobre o Oeste por 1 a 0, gol de Lucas Douglas. E me ligou esta manhã.

“Estamos em nono lugar no campeonato da Série A-2, mas se classificam só oito para a segunda fase.”

Mas ele está mais otimista agora.

“O problema é que o Queiroz, que é um atacante que atua pelos dois lados do campo, ainda não estreou. Mas já foi relacionado pelo técnico Fernando Marchiori, uma espécie de ‘Gordiola’ do Canindé.”

Eu perguntei qual era o problema, se ele já está sendo relacionado e pode até viajar com a delegação para o jogo desta sexta-feira contra o Rio Claro, na Toca do Leão, em Santa Bárbara do Oeste.

E o Carlos revelou o motivo de sua preocupação:

“O menino tem 18 anos”.

Estranhei a frase, porque o Carlos é daqueles torcedores supersticiosos, que até calça duas meias para ficar com pé quente nos jogos da Lusa. Qual seria o problema dos 18 anos do Queiroz? Falei: “Ô, Carlos… e isso não é bom?”

E mais uma vez o Carlos lamentou:

“Isso é muito bom, bom demais, mas o que me preocupa é que o resto da equipe tem muita idade, vários jogadores com mais de 30 anos, e não sei se vão aguentar o tranco até o fim”.

O artilheiro da equipe, e talvez o principal jogador da atualidade, é Hermínio.

“Pois é: mas ele já tem 35 anos.”

Acostumado aos tempos de glória, Carlos quer acreditar que sua Lusa ainda vai voltar a ser grande, como na década de 50, em que tinha sete jogadores na Seleção Brasileira.

“Tem dias que sonho com a decisão de 1973 contra o Santos. Lembro-me de Badeco, Dicá, Xaxá, Enéas, Wilsinho… Lembro-me de Marinho Perez. E do Djalma Santos, então. Do Brandãozinho, do Ceci…”

Certo, Carlos, mas por enquanto sonhe apenas com o Queiroz.

Quem sabe o time se reencontre com seu passado nos dribles e gols desse menino?