Um grupo do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) foi agredido na noite desta terça-feira 17 por integrantes de uma torcida organizada do Coritiba, time de futebol da capital paranaense, quando chegavam ao novo local do acampamento, que fica a 1 quilômetro da sede da Polícia Federal.

No mesmo dia, foi realizada uma partida na cidade entre o clube paranaense e o Atlético Goianiense pela segunda divisão do campeonato brasileiro.

O presidente do PT estadual, Dr. Rosinha, divulgou um vídeo pelas redes sociais denunciando as agressões e cobrando das autoridades, inclusive do prefeito Rafael Greca de Macedo, que cumpram os compromissos assumidos no acordo assinado na última segunda-feira 16, quando o movimento aceitou se retirar das imediações da Policia Federal.

“Não sabemos ainda quantos foram feridos. Eles estão sendo atendidos por ambulâncias privadas por nós contratadas” afirmou o petista. Até agora sabe-se que duas pessoas ficaram feridas. Ainda segundo Rosinha, cerca de 40 jovens, que se identificaram como integrantes da torcida organizada Império Alviverde, agrediram o grupo de acampados com barras de ferro, pedras e pedaços de pau. “Eu mesmo tive que parar uma viatura da polícia que passava por aqui logo após o ataque, mas eles nada fizeram”.

A direção do Movimento Lula Livre cobrou das autoridades e órgãos do estado uma posição em relação ao fato. Reitera que as medidas de segurança previstas no acordo entre o Movimento e o governo do Paraná não estão sendo cumpridas, como a presença de viaturas da PM nas imediações do acampamento para garantir a segurança dos acampados.

“Nós cumprimos o acordo assumido com o governo do estado. Retiramos os acampados e estamos transferindo todas as pessoas para áreas fora do entorno da PF, mas o governo não está cumprindo o que foi acordado” disse Rosinha.

Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná afirmou que o que houve foi um “princípio de tumulto envolvendo torcedores de um time de futebol e manifestantes”. Algumas viaturas foram deslocadas para o local quando a confusão já havia acabado. “A Sesp esclarece” diz a nota “que não compactua com qualquer ato de violência e que a Policia Civil vai investigar os responsáveis pelo confronto entre torcedores e manifestantes”.

O clima na região ainda é tenso. Segundo o presidente do PT, pessoas que passam pelo acampamento ameaçam e xingam os manifestantes que estão no local. O receio dos acampados é que novas agressões possas acontecer.

Após serem obrigados pela Justiça a deixar o entorno da PF, os manifestantes alugaram um novo terreno a alguns quarteirões da Superintendência. A ideia é que o novo local sirva de abrigo e espaço para refeições. Os atos políticos devem, porém, continuar a ser realizados em frente ao edifício onde Lula está preso.