Por Washington Luiz Araújo –
E a ESPN perdeu grande parte de sua graça e leveza com a saída do jornalista José Trajano. A saída de Trajano, certamente pelas suas qualidades, deixa o jornalismo esportivo mais burro, mais tacanho, mais quadradinho, mesmo quando se trata na maioria das vezes de bola.
Trajano é daqueles, bem como seu ex-companheiro de ESPN, Juca Kfouri, que aqui fala do amigo, que não pode ver uma injustiça, vai lá e põe a boca no trombone. E pode ser no esporte, no jornalismo, na política, o que for.
Entrevistei o grande produtor Fernando Faro, falecido recentemente, para a Revista Brasileiros Dentre as muitas coisas que ficamos sabendo, uma foi mais interessante: Faro contou que até 1957 torcia fervorosamente para o Palmeiras, mas quando o clube vendeu o grande craque Jair da Rosa Pinto para o Santos ele foi junto. E sempre, até morrer, torceu pelo Santos.
Grande Trajano, certamente você estará em breve num outro local que mereça seu jornalismo amplo, justo e qualificado. Nós iremos juntos.
O jornalista e colaborador do blog, Carlos Eduardo Alves, assim se manifestou: “Uma pena a demissão, previsível infelizmente, de José Trajano da ESPN. Desde a absurda saída do excelente Flávio Gomes, a ESPN estava caminhando para ser apenas mais um canal especializado no jornalismo engraçadinho. Agora, ganhou o green card.”.
Por Juca Kfouri –
José Trajano está vivíssimo!
Encerrou-se um ciclo de mais de duas décadas na vida de José Trajano, um dos mais criativos e dignos jornalistas deste país.
Trabalhamos juntos nos anos 70 na “Placar”, nos 90 no “Cartão Verde” e há cerca de 10 anos na ESPN.
“O melhor mau humor da TV brasileira”, o definiu certa vez Washington Olivetto.
Tão explosivo como leal, tão perfeccionista como generoso, tão verdadeiro como sensível.
Do tipo que chora à toa.
Não me cabe discutir para fora o motivo de empresa para qual trabalho.
Cabe-me dizer a todos que o admiram, como eu, que o Zé está vivíssimo e que não lhe faltam nem projetos nem ganas para realizá-los.
Verdadeiramente triste seria se esta curta e insuficiente homenagem fosse uma despedida.
Felizmente, não é.
José Trajano Reis Quinhões, prestes a completar 70 anos muito bem vividos, seguirá nas boas trincheiras, como aprendeu com seu maior ídolo, mestre Darcy Ribeiro, aquele que se orgulhava de suas derrotas.