Leandro Fortes no Facebook –
Esse último discurso de Michel Temer, a narrativa de um autômato montada por uma marquetagem em desespero, me lembrou os últimos dias de Fernando Collor de Mello, na Presidência da República, em 1992.
Eu era repórter da sucursal da Zero Hora, dentro do Palácio do Planalto, e pude perceber, junto com os colegas que lá também cobriam a Presidência, um fenômeno que se agravava todo dia: o descolamento de Collor da realidade que o cercava.
Dentro de seu modelito de mordomo de filme de terror (na definição imortal de ACM), Temer agitou aquelas mãozinhas indecentes para marcar o compasso das bobagens que dizia, como se pudesse, a essa altura, reverter o quadro terminal em que se encontra.
Que seja assim, sempre, o fim de todo golpista.
Foto: José Cruz/Agência Brasil