Por Claudio Lovato, jornalista e escritor –
Os policiais militares dos pelotões de choque costumam bater com seus cassetetes nos escudos.
Fazem isso para amedrontar.
Faz parte do invólucro de som e fúria de uma brutalidade que aumenta a cada intervenção repressivanas manifestações de rua contra o golpe de estado no Brasil.
E houve panelas.
Agora ouvidas de uma outra forma – numa sequência que é perfeita em sua lógica abjeta.
Primeiro as colheres, agora os porretes; primeiro as panelas, agora os escudos.
Frutos do mesmo interlúdio demente.
Faixas que se sucedem no mesmo álbum perverso.
Já ouvimos esse disco, em outros tempos.
Temos agora, ao que tudo indica,uma versão remix, tão sombria e trágica quanto consegue ser.