Publicado em Viomundo –
Donald Trump demonstrou que não é um anti-globalista de araque.
Ele coloca mesmo os Estados Unidos acima de tudo e atropela os parceiros sempre que necessário — sejam eles lutadores valentes como os curdos, sejam eles adoradores do gênero mais sabujo.
O presidente dos Estados Unidos acaba de anunciar o que seria o primeiro de um acordo comercial em três fases com a China, pelo qual o gigante asiático se compromete a fazer grandes compras de produtos norte-americanos, alavancando a reeleição de Trump em 2020.
No que diz respeito ao Brasil, os chineses prometeram comprar U$ 50 bilhões em trigo, soja e carne suína dos Estados Unidos.
Nos dois últimos itens o Brasil e os Estados Unidos competem ferozmente pelo mercado mundial.
A China é o maior consumidor mundial de grãos, que utiliza para alimentar o maior rebanho do planeta.
A China também é o maior consumidor mundial de carne suína.
Estados Unidos e Brasil são os maiores produtores mundiais de soja.
O Brasil é o quarto maior produtor mundial de carne suína, logo atrás dos Estados Unidos.
Ao anunciar o acordo, Trump pediu a fazendeiros americanos de Iowa e Minnesota que comprem terras e tratores para atender à demanda de longo prazo dos chineses.
Obviamente que um dos pontos centrais da campanha de Trump é que os norte-americanos comprem produtos Made in USA, para reindustrializar os Estados Unidos.
São estes produtos, de um setor industrial revigorado, que os Estados Unidos pretendem vender na América Latina, tomando mercado das empresas brasileiras na Colômbia, no Peru, na Bolívia, e na Argentina — quem sabe já como integrante da OCDE.
Ah, sim, quando os Estados Unidos assumirem o controle da Venezuela, com a ajuda de Bolsonaro, vão vender produtos manufaturados nos Estados Unidos em troca de petróleo (barato) produzido na Venezuela.
Ao Brasil restará o papel de instalar maquiladoras para montar, com mão-de-obra barata, os produtos Made in USA.
Mito!