Por Wadih Damous, jurista, ex-deputado federal –
Os Estados Unidos estão sofrendo os efeitos do veneno que eles destilaram pelo mundo ao longo dos tempos. O veneno do golpe de estado e da desestabilização de governos “inimigos”. O que acontece agora lá é uma insurreição de extrema direita.
Os “manifestantes” são supremacistas brancos que agem livre e impunemente há muito tempo no país. O FBI e o aparato de segurança e inteligência dos EUA não os reprime.
Todos os seus esforços de inteligência e repressão recaem sobre os supostos grupos terroristas e sobre a comunidade árabe muçulmana. Essa turma de nazifascistas é responsável por mais de 70% dos assassinatos de motivação ideológica que por lá acontecem.
Se manifestantes do Black Lives Matter, por exemplo, tentassem invadir o Congresso americano, a história, seguramente, teria sido outra.
Trump vinha construindo essa sedição desde a apuração das eleições em novembro. Ontem, a imprensa em todo o mundo, inclusive lá, vinha alertando que o dia de hoje seria “tenso”.
E não se viu qualquer medida de segurança às portas do Capitólio. Os fascistas invadiram com facilidade. O toque de recolher não está sendo obedecido.
Bolsonaro e o Itamaraty permanecem em silêncio obsequioso.
Certamente, estão se inspirando para fazer a mesma coisa aqui no Brasil, caso Bolsonaro perca as eleições em 2022.
Sem mobilização popular que o detenha, será fácil para ele. Ou há quem ache que as Forças Armadas, o Congresso, o Judiciário e a polícia militar impediriam o golpe?