Publicado em Jornal GGN –
O jornalista Jamil Chade, do Estadão, divulgou nesta quinta (15) uma reportagem informando que documentos de uma cooperação internacional entre Brasil e Suíça afirmam que um membro do PSDB mantém no exterior cerca de R$ 43 milhões em propinas recebidas de empresas. O nome de todos os envolvidos, inclusive o do tucano, é mantido sob sigilo. Procurado, o partido disse que não irá se manifestar porque as informações não estão completas.
Chade lembra em sua reportagem que este é o segundo pedido de cooperação entre Brasil e Suíça. O primeiro trabalho conjunto gerou o envio de extratos bancários do chamado operador do PSDB de São Paulo, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, investigado por corrupção na Dersa.
Mas, segundo a matéria, o dono dos R$ 43 milhões na Suíça não é Paulo Petro, mas outro tucano cuja identidade está sendo protegida pelas autoridades.
Esta segunda cooperação começou com o Ministério Público Federal brasileiro solicitando a cooperação em junho de 2017, no âmbito de um “processo criminal instaurado contra B. e outros por lavagem de dinheiro e corrupção.” A letra é foi colocada para indicar o tucano investigado, mas não corresponde à inicial de seu nome.
“(…) os suíços mencionam a investigação brasileira e o fato de ela ter uma relação com o financiamento de campanha do partido” PSDB.
“De acordo com o tribunal da Suíça, a solicitação de cooperação do Brasil se refere a pessoas que seriam ‘suspeitas de terem concordado que o grupo C. deveria pagar, em troca da implementação de um contrato de empréstimo celebrado por eles com D. (uma joint venture brasileira ativa no desenvolvimento do serviço rodoviário, controlada por governo do Estado de São Paulo para a construção, exploração, manutenção e gestão de autoestradas e nós intermodais), o dinheiro para financiar a campanha presidencial do PSDB”.
C e D são a “empresas cujos nomes tampouco foram revelados”.
No pedido de cooperação, as autoridades brasileiras solicitaram o bloqueio de 10 milhões de francos suíços em contas relacionadas ao investigado. O valor equivale a R$ 43 milhões, pagos pelo “Grupo C”, entre 2006 e 2012.