Por Fernando Brito em O Tijolaço –
Michel Temer corre para aprovar a reforma trabalhista, “meia-sola” na sua “incumprível” promessa de fazer a reforma da Previdência. Os tucanos, inclusive Geraldo Alckmin, expressamente, dizem que assim que aprovada a reforma desembarcam do governo.
Assim, na cara dura, como uma amante desiludida diz que fica no lar até que se compre algo que ela quer herdar.
Assim que passar a escritura, digo, a votação, salta fora.
Em condições “normais”, o “sinhô” primeiro ia querer a “prova de amor”, antes do cartório, mas o “sinhô” é um molambo, que tem de mostrar força aprovando a reforma.
Só tem um voto de vantagem para fazê-lo, provavelmente o do senador Cristovam Bruarque e sua irresistível atração por tudo o que se pareça com traição aos trabalhadores.
(Nada me dá mais nojo, na vida, do que ter dado, um dia, apoio a este crápula)
Então fica assim: Temer se arrebenta para aprovar a reforma para, no dia seguinte, os tucanos lhe darem uma rasteira.
Os senadores que não concordam com a reforma como está, mas confiam no veto presidencial prometido a algumas barbaridades confiarão no compromisso de quem, disse-o o senador tucano Cássio Cunha Lima, daqui a 15 dia s não estará mais no governo?
Claro que, como nunca antes na história deste país, governo e parlamento estão acocorados diante das vontade do “mercado”.
Pode ser que, por isso, eu esteja enganado.
Mas que há um cheiro de traição no ar, isso há.
Aliás, traição nunca foi algo tão perfumado como hoje.