Último vídeo da série “Sangue Nas Mãos” revela como a Folha sustentou o golpe de 64

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Vídeos das empresas CSN, Josapar, Cobrasma, Fiat, Itaipu, Paranapanema, Petrobras, Aracruz e Docas de Santos já estão disponíveis

Por Carla Castanho, compartilhado de Jornal GGN




Arte: Icaro Brum

O último episódio da série Sangue Nas Mãos revela como o Grupo Folha contribuiu para a sustentação do golpe militar de 1964. O vídeo estará disponível no canal do GGN no Youtube a partir das 14:00 horas deste domingo (10). As entrevistas com os pesquisadores que investigaram outras empresas aliadas da ditadura militar estão disponíveis nesta playlist aqui.

A produção e as entrevistas da série foram realizadas pelos por Icaro Brum, Carla Castanho e Isadora Costa, estagiários em jornalismo no GGN, com base no estudo “A responsabilidade de empresas por violações de direitos durante a ditadura”, dirigido pelo Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A edição dos vídeos é de Icaro Brum.

As entrevistas com os coordenadores das pesquisas sobre cada empresa investigada detalham a colaboração e participação no regime militar ao perseguir, torturar, reprimir e violar os direitos dos trabalhadores, além de episódios de morte.

O objetivo do estudo, segundo a equipe, é reparar as famílias das vítimas e responsabilizar as empresas pelas consequências inenarráveis que causaram nos anos de chumbo.

As empresas em questão foram Companhia Siderúrgica NacionalJosapar, Folha de S. Paulo, Itaipu, Paranapanema, Fiat, Aracruz, Petrobras, Cobrasma e Cia Docas de Santos.  

O grupo Folha

“Facínoras”, “assassinos”, “maníacos” e “loucos”, foram alguns dos adjetivos empregues aos trabalhadores do veículo jornalístico, para designar aqueles que não seguiam a posição político-ideológica imposta pelo governo ditatorial. Bem como a nítida campanha de apoio ao golpe. 

O relato de Ana Paula Goulart deu ainda mais luz ao já sabido. Além da inegável colaboração com o regime através do financiamento de carros usados na operação Bandeirante para perseguir funcionários, os direitos destes foram desumanamente violados. Rose Nogueira, presa durante o puerpério, foi uma das vítimas relatadas pela pesquisadora.

Confira, ao vivo, pelo link abaixo, neste domingo às 14h, na TV GGN:

Todos os episódios

Confira, abaixo, todos os episódios:

Companhia Siderúrgica Nacional (CSN)

O primeiro episódio da série aborda a luta dos sindicalistas e trabalhadores da CSN, que se opuseram ao golpe militar de 1964 e sofreram consequências que deixaram sequelas até hoje. Além de corroborar com prisões arbitrárias de metalúrgicos, a CSN adotou uma polêmica política institucional racista contra seus empregados negros. 

Fiat

No episódio sobre a FIAT na ditadura, é revelado o sistema de vigilância que a empresa mantinha para controlar trabalhadores, um deles, inclusive, foi morto ao tentar fugir do sistema de repressão. 

Paranapanema

Em mais um capítulo, é a vez da empreiteira Paranapanema, aliada da ditadura militar ao cometer diversos crimes contra os direitos humanos. Durante a construção da Transamazônica, a empresa escravizou indígenas da região e torturou trabalhadores em um canil de cachorros.

Petrobras

No caso da Petrobras, hoje empresa estatal de capital misto, caracterizada pela forte presença de militares desde sua origem, foi protagonista de um sistema de trabalho que taxava seus trabalhadores com termos homofóbicos e não comunicava as famílias sobre as prisões de seus entes. 

Josapar, do arroz do tio João

Na vez da Josapar, uma das maiores no ramo do agronegócio na atualidade, durante a ditadura militar, cometeu diversos crimes contra os direitos humanos de camponeses situados na cidade de Viseu, no norte do Pará. Homens e mulheres foram torturados e assassinados pela guarda privada da empresa, além de serem perseguidos pela resistência que levantaram contra os abusos e grilagem de terras por parte da empresa.

Itaipu

Neste episódio, a Itaipu, empresa binacional fruto de um acordo entre Brasil e Paraguai construída no período militar, que serviu à repressão com apoio financeiro e a construção de carros blindados. 

Cobrasma

Nesta produção, a Companhia Brasileira de Material Ferroviário (Cobrasma), empresa privada que conseguiu faturamento milionário durante o período militar, se aliou, expressamente, aos militares para repressão de greves e violação dos direitos dos trabalhadores. 

Aracruz

O episódio da empresa Aracruz narra a colaboração da empresa que contou com benefícios do governo para expandir seus negócios, e, para nada atrapalhar, atingiu terras indígenas e comunidades quilombolas.

Companhia Docas de Santos

Neste capítulo, a pesquisadora que investigou a Companhia Docas de Santos, revela que à medida em que a empresa expandia seus negócios, fica evidente a precarização do trabalho ao não ampliar a mão de obra – lucrou superexplorando os trabalhadores.

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