Um autor: uma obra

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Li #ArdentePaciência em  1987. Ano que a obra foi lançada no Brasil, pela coleção Circo de Letras, da #Brasiliense.

Por Adriana do Amaral, compartilhado de seu Blog




Apaixonei-me.

Pelo carteiro, por Beatriz, por #PabloNeruda. 

Achei #MatildeUrrutia egoísta, ingênua que eu era.

Fotomontagem da autora

Anos mais tarde, o livro ficou famoso ao ser rebatizado como O carteiro e o Poeta. Os livros sempre ganham fama – e novas formas- quando viram filme, não é mesmo?

O autor, #AntonioSkármeta morreu  esta semana (15/10), aos 83 anos.

No prólogo da primeira edição brasileira ele escreve:

…como notarão os hipotéticos leitores

Obrigada por tanto!

O migrante e sua prática intercultural

Skarmeta, assim como Neruda era chileno, viveu no exílio, portanto migrante. Foi professor de Artes, na Alemanha.

Ele escreveu outras obras, mas confesso que apenas li uma, Não precisei de outra.

Imagino ele ensinando poesia latino-americana para os estudantes alemãs, os norte-americanos e todo o mundo.

Num exercício de imaginação posso ouvir o sotaque castelhano.

Se não fosse o Mal de Alzheimer também ele ainda estivesse lecionando, e escrevendo, e poetizando…

Que saudades que eu sinto de trocar correspondências  escritas em papéis

O personagem, carteiro, queria que o poeta fosse padrinho de seu casamento com Beatriz, quando ela sequer sabia que o pretendente existia;

O autor ansiava que o poeta,  autografasse o seu livro, que ainda sequer havia sido escrito…

Nós leitores, desejamos , cada vez que lemos um poema de Neruda, sonhar!

Á época que o livro de Skarmeta ia sendo elaborado, o poeta vivia isolado (pelas circunstâncias, pela esposa, pela geografia) e esperava notícias.

Mário Jiménes conheceu Beatriz,

O carteiro virou poeta,

Apaixonado, acreditava que Neruda iria ajudá-lo a conquistar a amada.

Mário era paciente,

e sonhador. 

E um realizador de sonhos!

…seus olhos que também eram a casa das coisas, seus lábios que eram a casa das palavras…

Antonio Skármeta

Os livros, ah, os livros e seus autores e os poetas, que não morrem jamais!

PS: quem tiver a primeira edição de Ardente Paciência nas mãos, leia a página 73: 

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