Um CD delicioso de se ouvir

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Por Aquiles Rique Reis, compartilhado de Jornal GGN – 

Chego ao ponto em que exponho minha satisfação por ter na mão o mais novo trabalho de Claudette Soares: “Se Eu Pudesse Te Dizer Tudo Que Sinto”

Capa do CD de Claudette Soares, “Se Eu Pudesse Te Dizer Tudo Que Sinto” (Discobertas)

Quando se trata de opinar sobre Claudette Soares, me vem à ponta da língua uma afirmativa certeira e definitiva: ela é uma grande cantora e terá sempre a voz encorpada, com graves e falsetes tão afinados quanto emocionados.

Ouvi-la cantando sempre com enorme disposição e garra, com a voz soando com requintes de saudável contemporaneidade e dividindo admiravelmente bem as frases melódicas, permite constatar que ela é uma cantora tão atual quanto foi desde o seu início.




Ouvi-la cantar com tal requinte permite que constatemos… ora bolas, curti-la faz bem à saúde. Diva sem frescuras – hoje com um sussurrar charmoso –, desde que começou a trilhar a carreira até a consagração como uma das nossas intérpretes mais sofisticadas.

Valendo-me da adaptação dos três parágrafos acima, escritos quando comentei alguns CDs anteriores, chego ao ponto em que exponho minha satisfação por ter na mão o mais novo trabalho de Claudette Soares: “Se Eu Pudesse Te Dizer Tudo Que Sinto” (Discobertas), no qual ela canta apenas canções de Silvio César.

Silvio César é um cantor e compositor que, desde antes do início da bossa nova, fez sucesso com composições próprias cantadas por ele mesmo ou por outros intérpretes. Dentre outras, este foi o caso de “Pra Você”, gravação primorosa de Elizeth Cardoso com o Zimbo Trio; e de “Palavras Mágicas”, lançada por Cauby Peixoto.

Pois Claudette Soares canta esses e muitos outros sucessos de Silvio César – ele que divide o canto com ela em “Nós Dois”. Logo vem um medley com os sucessos “Conselho a Quem Quiser Voltar”, “O Que Eu Gosto de Você” e “Olhou Pra Mim”.

Vocês se surpreenderão, leitores, ao ouvir algumas músicas que têm na memória, mas não sabem que são de Silvio César.

Saquem só o lance: “Se Eu Pudesse Te Dizer Tudo Que Sinto”, canção que emprestou o título que nomeia o álbum de Claudette; “Por Teu Amor”, com um lindo arranjo de cordas; “Nunca Mais”, um samba cheio de suingue; “Eu Quero que Você Morra”, com intro de piano e cordas; “E Agora”, Versolato arrasa com um improviso de sax no intermezzo; “Pra Que”, Versolato segue se esbaldando em mais um samba; “Verde e Rosa”, violão e piano balançam em tributo à Estação Primeira de Mangueira; e, fechando a tampa, “Vamos Dar As Mãos”, com seu refrão popular, tem o piano ad libtum no fim. Sensível que só ela, Claudette gerou versões consagradoras para a obra de Silvio César.

A produção é do expoente Thiago Marques Luiz e a direção musical e os arranjos são do pianista Alexandre Vianna –, arranjos esses tocados por João Benjamin (baixo acústico), Rafael Lourenço (bateria), Norberto Vinhas (violão e guitarra), Ubaldo Versolato (sax e flauta) e Felipe Pacheco Ventura (violino, viola e arranjo para as cordas).

Todos responsáveis por amplificarem a sabedoria de Claudette, que a tudo canta como se tivesse um duradouro sorriso de felicidade estampado no rosto… é, não tem jeito, estou definitivamente convencido: Claudette Soares é imortal.

*Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4.

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