Um discurso histórico de Dilma Rousseff

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Publicado no Jornal GGN – 

A presidente Dilma Rousseff decidiu dar uma entrevista coletiva à imprensa, nesta segunda-feira (18), no Palácio do Planalto, sobre a aprovação do impeachment pela Câmara dos Deputados.

Na fala de abertura da entrevista coletiva, Dilma Rousseff começou explicando a questão das “pedaladas”, negando irregularidades. São atos técnicos baseados em laudos técnicos e que não visavam benefício pessoal.

Explicou que atos administrativos do presidente se baseiam em toda uma cadeia de decisão, técnica, jurídica. “Todos sabem que é assim”, diz Dilma. “Não há contra mim nenhuma acusação de enriquecimento ilícito, de contas no exterior.

Manifestou espanto com o fato de quem praticou atos ilícitos e tem conta no exterior tratar de questão tão grave.

Queixou-se das pautas-bomba no Congresso, que praticamente paralisaram a administração. E também as coberturas-bomba, a insistência de apontar qualquer falha do governo e não se reconhecer nenhum avanço. Projetos importantes para retomar o investimento ou não eram votados ou postergados.

“Provoca uma imensa sensação de injustiça e uma violência no Brasil contra a verdade, a democracia e o estado democrático de direito”, desabafou. “É ruim para Brasil que o mundo veja que nossa jovem democracia enfrenta um processo com tão baixa qualidade, na formação de culpa do próprio presidente”.

“Se não se reconhecem os direitos da presidente, o que não seria possível fazer com os cidadãos brasileiros?”, enfatizou.

A aceitação da abertura do processo de imepachment foi uma espécie de vingança pelo fato do governo não ter aceitado negociar os votos na Comissão de Ética, informou.

“Saio com indignação pelo fato do rosto estampado na imagem transmitida para o mundo foi o rosto do abuso de poder, com descompromisso com a democracia”, disse ela. “Na juventude, lutei por convicção contra a ditadura. E agora também enfrento com a mesma disposição um golpe institucional”.

O sentimento de injusutiça permeou toda sua fala. “Usa-se de uma aparência para o mais abominável crime contra uma pessoa: a injustiça”.

Depois, mencionou a questão da legitimidade de governantes.

“O único governo que pode representar o povo é aquele pelo voto secreto, direto. Tentativa de eleição indireta por conta de quem não tem voto não confere legitimidade”.

Finalmente, o desabafo contra o vice-presidente: “Em nenhuma democracia um vice presidente conspiraria contra a presidente e seria respeitado. A sociedade humana não gosta de traidores. O mundo e a história observam cada ato praticado neste momento. Nos tempos muito difíceis a história está presente. O mundo e a história observam cada ato praticado neste momento. Nos tempos muito difíceis a história está presente”.

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